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DA NONAGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 20-10-2011.
Aos
vinte dias do mês de outubro do ano de dois mil e onze, reuniu-se, no Plenário
Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às
quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida
pelos vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni,
Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly, Elói Guimarães,
João Antonio Dib, Luiz Braz, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro,
Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta e Tarciso Flecha Negra. Constatada a
existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda,
durante a Sessão, compareceram os vereadores Carlos Todeschini, Dr. Thiago
Duarte, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Haroldo de
Souza, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Luciano Marcantônio, Mario Fraga,
Mario Manfro, Mauro Zacher, Pedro Ruas, Professor Garcia, Reginaldo Pujol,
Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Toni Proença e Waldir Canal. À MESA, foram
encaminhados: pelo vereador Dr. Thiago Duarte, o Projeto de Lei do Legislativo
nº 169/11 (Processo nº 3394/11); pelo vereador Paulinho Rubem Berta, o Projeto
de Lei do Legislativo nº 140/11 (Processo nº 3051/11). Do EXPEDIENTE, constou
Ofício s/nº, da Câmara dos Deputados, emitido no dia vinte e nove de setembro
do corrente. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Octogésima
Segunda, Octogésima Terceira, Octogésima Quarta, Octogésima Quinta e Octogésima
Sexta Sessões Ordinárias e da Vigésima Segunda e Vigésima Terceira Sessões
Solenes. Após, o vereador Nilo Santos formulou Requerimento verbal, deferido
pelo senhor Presidente, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da
presente Sessão. Em continuidade, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje
destinado, nos termos do artigo 180, § 4º, do Regimento, a tratar do tema
“Segurança Alimentar – da Enxada ao Garfo”. Compuseram a Mesa o vereador DJ
Cassiá, 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, e o senhor
Carlos Antônio da Silva, Coordenador da Coordenadoria de Segurança Alimentar e
Nutricional Sustentável do Município de Porto Alegre. Após, o senhor Presidente concedeu a palavra, nos
termos do artigo 180, § 4º, inciso I, ao senhor Carlos Antônio da Silva, que se
pronunciou sobre o tema em debate. Em COMUNICAÇÕES, nos termos do artigo 180, §
4º, inciso III, do Regimento, pronunciaram-se os vereadores Professor Garcia,
Elói Guimarães, Nelcir Tessaro, Toni Proença, Paulinho Rubem Berta, Aldacir
José Oliboni, Luiz Braz, Dr. Raul Torelly, Carlos Todeschini e Beto Moesch. A
seguir, o senhor Presidente concedeu a palavra, para considerações finais sobre
o tema em debate, ao senhor Carlos Antônio da Silva. Às quinze horas e trinta e
sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às
quinze horas e trinta e oito minutos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se
os vereadores Alceu Brasinha, Tarciso Flecha Negra e Airto Ferronato. Em PAUTA,
Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Executivo
nos 039 e 038/11, este discutido pelo vereador Elói Guimarães; em 2ª
Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 013/11, discutido pelo
vereador Engenheiro Comassetto, o Projeto de Lei do Executivo nº 037/11. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Aldacir José Oliboni,
Paulinho Rubem Berta, Idenir Cecchim, Engenheiro Comassetto, este pela
oposição, Pedro Ruas, Sebastião Melo, este pelo Governo, Mario Fraga e Luiz
Braz. Em TEMPO DE PRESIDENTE, pronunciou-se a vereadora Sofia Cavedon. Durante
a Sessão, os vereadores Paulinho Rubem Berta, Aldacir José Oliboni e Luiz Braz
manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às dezessete horas e nove minutos,
a senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores
vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pela vereadora Sofia Cavedon e pelos vereadores DJ
Cassiá e Paulinho Rubem Berta e secretariados pelo vereador Paulinho Rubem
Berta. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada,
será assinada pelo senhor 1º Secretário e pela senhora Presidenta.
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, conforme acordo da Mesa com as Lideranças, nesta
quinta-feira nós teríamos a inversão dos trabalhos e começaríamos pelo Grande
Expediente. Hoje estão inscritos em Grande Expediente os Vereadores Nilo Santos
e Paulinho Rubem Berta. Eu consulto os dois Vereadores para saber se mantemos o
acordo.
O SR. NILO SANTOS (Requerimento): Sr.
Presidente, Ver. DJ Cassiá, eu solicito o adiamento da nossa fala em Grande
Expediente para segunda-feira, devido à relevância do assunto a ser abordado no
período temático de Comunicações. Eu acho que seria importante nós ouvirmos de
imediato a fala do Sr. Carlos.
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Nós
ratificamos a solicitação do Ver. Nilo Santos.
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Há um acordo
entre os Vereadores Paulinho Rubem Berta e Nilo Santos, então passaremos o
Grande Expediente para a próxima segunda-feira.
Passamos ao período
temático de
Hoje este período é
destinado ao tema específico Segurança Alimentar - Da Enxada ao Garfo -, trazido
pelo Sr. Carlos Antônio da Silva, Coordenador de Segurança Alimentar e
Nutricional Sustentável de Porto Alegre.
Convidamos para compor a Mesa o Sr. Carlos Antônio
da Silva, Coordenador de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Porto
Alegre.
O Sr. Antônio da Silva, Coordenador de Segurança
Alimentar e Nutricional Sustentável de Porto Alegre, está com a palavra no
período temático de Comunicações.
O SR. CARLOS
ANTÔNIO DA SILVA: Boa-tarde, Sr. Vereador DJ
Cassiá, Presidente em exercício da Mesa; boa-tarde a todos os Vereadores e
Vereadoras; a todos os colegas da área de Segurança Alimentar; a todos os que
estão aqui por uma razão ou outra para nos brindar com a sua presença e, ao
mesmo tempo, conhecer um pouco mais da a Segurança Alimentar no Município de
Porto Alegre.
Em primeiro lugar,
para nós é uma satisfação, em nome da Prefeitura de Porto Alegre, estar aqui
com todos os senhores e senhoras para dizer o quanto já foi feito no Município
de Porto Alegre com várias forças, inclusive com a Câmara de Vereadores, que
ajudou a construir, por consenso, a Lei de Segurança Alimentar. Então, foram
várias forças: da sociedade civil, dos Governos Municipais, do Governo Estadual
e do Governo Federal. Para nós é uma grande satisfação, depois de seis anos, de
2005 até 2011, vir aqui e dar um testemunho, uma prestação de contas de todas
as nossas atividades por conta da institucionalização da Segurança Alimentar e
Nutricional Sustentável em Porto Alegre.
Quero fazer um
registro especial: eu falei de 2005, mas, desde 2003, em Porto Alegre, há um
movimento da sociedade civil importante, decisivo, que ajudou a construir a
Segurança Alimentar no nosso Município, que são as organizações dos núcleos
Fome Zero, que contribuíram efetivamente para que o Poder Público da época,
2003 e 2004, e o Poder Público, a partir de 2005, pudessem, efetivamente, a
partir do que foi construído com o Fome Zero, chegar até hoje com um documento
escrito com todas as ações que vêm sendo desenvolvidas em respeito ao direito
humano/alimentação adequada.
A cada um dos Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras nós enviamos uma cópia e vamos, de uma
forma bem singela, mas bastante reflexiva, discorrer um pouco sobre essa
trajetória. E Porto Alegre é bastante vitoriosa, é um exemplo, quiçá, para todos
os Municípios do Rio Grande do Sul, é um exemplo também para o País, porque
Porto Alegre está, sem dúvida nenhuma, na vanguarda da Segurança Alimentar no
nosso País. Muitos dos que ajudaram a construir essa trajetória hoje estão no
Governo Federal e também no Governo Estadual. Trajetória da Segurança Alimentar
e Nutricional Sustentável de Porto Alegre - Da Enxada ao Garfo. Por que “da
enxada ao garfo”? Porque, em Porto Alegre, há algo singular, importante,
decisivo para a Segurança Alimentar: a sua agricultura urbana, periurbana e a
sua área rural devidamente constituída, e que produz muitos dos alimentos que
hoje não só a alimentação escolar, mas principalmente a segurança alimentar do
Município, através do Programa de Aquisição de Alimentos, compra. Já compramos
melancia, já compramos bolinho de peixe, já compramos polpa de peixe, já
compramos pêssego da agricultura de Porto Alegre. Então, este apelido que damos
- da enxada ao garfo -, na realidade, é um testemunho do quanto os agricultores
de Porto Alegre já contribuem e vão continuar contribuindo para a Segurança
Alimentar do nosso Município.
Esta nossa
manifestação também está dentro da Semana da Alimentação. No dia 16 de outubro,
comemora-se o Dia Mundial da Alimentação, e a FAO [Food and Agriculture Organization],
este ano, nos faz um desafio de falar de segurança alimentar a partir da crise
dos alimentos, do preço dos alimentos, da crise à estabilidade.
Todos nós sabemos que
uma agricultura local, uma agricultura familiar, pode contribuir efetivamente,
inclusive para regular preço. Já as grandes produções têm um caráter importante
para o PIB brasileiro, mas, para a sociedade local, para a sociedade gaúcha, a
agricultura familiar tem um peso significativo. E a agricultura de Porto Alegre
não só tem um peso no sentido econômico, nutricional, alimentar, mas ela tem o
peso de levar renda para esses agricultores, levar melhoria alimentar e
nutricional para todos os que compram, para todos os que produzem e para todos
os consumidores de Porto Alegre, em especial aquelas compras da agricultura
familiar e da alimentação escolar.
E a nossa área, que
se chama Coordenadoria de Segurança Alimentar Institucional Sustentável, tem
como meta a implantação do sistema da política e do conselho das microrredes
municipais de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Porto Alegre,
desenvolvendo suas atividades em consonância com as metas do milênio, que visam
ao desenvolvimento da comunidade, à erradicação da fome e à redução da
mortalidade infantil, promovendo a inclusão social e o resgate da cidadania.
De 2005 a 2011,
desenvolvemos um conjunto de atividades no enfoque administrativo, operacional,
político, institucional, estrutural, emergencial, intragovernamental,
intergovernamental, científico e educacional.
No enfoque
administrativo, procuramos constituir equipe de recursos humanos, materiais,
utensílios, equipamentos, salas de reuniões, sede, e, atualmente, a
Coordenadoria de Segurança Alimentar encontra-se na Rua 17 de junho, nº 489, e
o seu telefone é 3289-4997.
No enfoque
operacional, desenvolvemos uma parceria público-privada-social com o Banco de
Alimentos do Rio Grande do Sul desde 2007, a fim de possibilitar o recebimento,
o armazenamento, o monitoramento e a distribuição dos gêneros alimentícios
adquiridos ou doados. E aqui faço uma saudação especial ao Presidente do Banco
de Alimentos, que está aqui nos brindando com a sua presença e com o seu
testemunho. Nós temos uma parceria muito efetiva com o Banco de Alimentos do
Rio Grande do Sul. Todas as toneladas de alimentos que distribuímos - que, no
texto aqui, está computado - tem o parceiro logístico Banco de Alimentos do Rio
Grande do Sul. Então, receba o seu Presidente uma homenagem desta parceria
público-privada-social, que está aqui demonstrando o quanto é possível o Poder
Público e a iniciativa privada serem parceiros de ações como esta de combate à
miséria, combate ao desperdício e combate à fome.
Também desenvolvemos
parceria com o SESC Mesa Brasil e com o SESI Cozinha Brasil, oportunizando
cursos e oficinas nos equipamentos da Segurança Alimentar e nos equipamentos da
FASC.
No enfoque
político-institucional, aprovamos a Lei Complementar nº 577, de 16 de outubro
de 2007, que criou o Sistema Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional
Sustentável (Simsans), tornando a Segurança Alimentar no Município de Porto
Alegre não mais uma política de Governo, mas uma política pública e política de
Estado.
Também no ano de
2007, a Coordenadoria passou a integrar um Comitê Municipal de Controle e
Monitoramento do Bolsa Família, que define, no âmbito municipal, as estratégias
de ação de vigilância das famílias beneficiadas quanto ao cumprimento das
condicionalidades do Programa Bolsa Família.
Então esta Casa já
deu inequívocas contribuições para que a Segurança Alimentar do Município de
Porto Alegre tivesse a constituição que hoje estamos tendo. Então todos nós
estamos orgulhosos por essa Câmara ter dado esse testemunho, porque foi
aprovada por consenso, por unanimidade, essa Lei, a qual hoje a Segurança
Alimentar pode desfrutar e, com isso, se organizar melhor para o bem dos
porto-alegrenses.
No enfoque
estrutural, desenvolvemos o projeto Compra Direta da Agricultura Familiar
(CDLAF/PAA - Programa de Aquisição de Alimentos). O projeto permitirá que mais
de 800 toneladas de alimentos, entre 2008 e 2012, sejam adquiridos da
agricultura familiar dos agricultores de Porto Alegre, da Região Metropolitana
e do Estado, com distribuição simultânea para os Equipamentos de Segurança
Alimentar e Nutricional Sustentável (SANS), programas sociais vinculados à FASC
e núcleos Fome Zero, Comitê Porto Alegre contra a Fome, Povos e Comunidades
Tradicionais (PCT), índios, quilombolas, gerando renda para os agricultores,
oferta de alimentos com maior valor nutricional e aproximação do produtor com o
consumidor, perfazendo um total de aproximadamente R$ 2,5 milhões, que serão
colocados nessa área.
No enfoque
emergencial, como dizia Betinho: “Quem tem fome tem pressa.” Nesses seis anos,
foi distribuído mais de 1 milhão de quilos ou mil toneladas (de 2005 a 2011) de
gêneros alimentícios, considerando aquisições governamentais, alimentos doados
e campanhas promocionais que beneficiaram cerca de 20 mil pessoas, totalizando
2.500 famílias em Porto Alegre.
No enfoque
intragovernamental, articulamos com a Secretaria Municipal de Coordenação
Política e Governança Local, Secretaria Municipal de Indústria e Comércio,
Fundação de Assistência Social e Cidadania e com o Departamento Municipal de
Água e Esgoto, Departamento Municipal de Limpeza Urbana e Secretaria Municipal
de Obras e Viação, a locação de recursos para o desenvolvimento de ações e
produção de materiais institucionais, visando a divulgar os propósitos da
Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável - SANS -, no Município. Com a
efetivação do sistema municipal, doze secretarias, departamento e fundação
deverão contribuir efetivamente para o desenvolvimento das ações.
No enfoque
intergovernamental, concretizamos vários convênios com o Governo Federal,
através do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Secretaria
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável, projetos como
Cozinhas Comunitárias, Hortas Comunitárias, desde 2004, Agricultura Urbana e
Periurbana, Educando para Uma Alimentação Saudável e Programa de Aquisição de
Alimentos, desde 2007. Com o Governo Estadual, estabelecemos um convênio no
Restaurante Popular, desde 2010, para o atendimento de pessoas em situação de
rua, prevendo 1.200 metas/mês, ao custo de R$ 3.600,00/mês. No momento, está em
análise no Ministério de Desenvolvimento Social o Projeto Agricultura Urbana e
Periurbana, que, em convênio com o Governo do Estado e Secretaria do Trabalho e
Desenvolvimento Social - STDS -, vai desenvolver hortas comunitárias que
beneficiarão 60 famílias das comunidades indígenas Caingang, Charrua, Guarani e
Mbya-Guarani, em áreas do Município de Porto Alegre.
No enforque
científico, desenvolvemos uma parceria com a Pontifícia Universidade Católica -
PUCRS -, desde 2011, através do curso de Graduação em Nutrição, o qual
disponibilizou oito acadêmicos que desenvolveram atividades em Nutrição Social
nas Cozinhas Comunitárias e Restaurantes Populares como aprimoramento
técnico-pedagógico.
No enfoque
educacional, implantamos o Projeto Educando para uma Alimentação Saudável, em
convênio com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS -,
que levou para as comunidades conhecimentos e informações de uma alimentação
saudável e sustentabilidade ambiental. O projeto atingiu diretamente mais de
900 pessoas das Cozinhas Comunitárias, Restaurante Populares, ONGs e entidades
comunitárias.
Muito há por ser
feito nos diversos ângulos do Direito Humano à Alimentação Adequada - DHAA -,
até porque o Governo, somente nos últimos dez anos, incentiva o processo de
institucionalização da política, de plano, de programa e/ou de projeto de
Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável. Portanto, há uma disputa para
que a segurança alimentar seja uma política de Estado. E aqui vai uma
referência especial: a nossa Presidente Dilma está lançando o Brasil sem
Miséria; o nosso Governador Tarso está lançando o RS Mais Igual. Com certeza,
Porto Alegre vai encampar esses projetos e, acima de tudo, vai levar mais
alimentos, mais nutrição e mais conscientização para todas as famílias porto-alegrenses.
Então, essa disputa é
no sentido de que todas as Secretarias e todos os atores sociais de Porto
Alegre terão que selar esforços para que a Segurança Alimentar adquira o
patamar de uma política de Estado, com orçamento próprio, estrutura gerencial e
capacidade operacional, possibilitando, assim, atender, de forma eficaz e
efetiva, à primeira meta do milênio, isto é, a erradicação da fome e da
miséria.
Nesse sentido, a IV
Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável, que se realizou
nos dias 8 e 9 de julho de 2011, nesta Casa, possibilitou ouvir, refletir e
decidir quanto à ratificação e retificação do que devemos fazer enquanto
sociedade civil e Poder Público Municipal em prol da segurança alimentar no
nosso Município.
Por derradeiro,
afirmamos que a adoção de um Sistema Municipal de Segurança Alimentar e
Nutricional Sustentável expressa uma opção política e uma visão estratégica do
gestor municipal, que aposta na Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável
como investimento público na qualidade de vida da população do nosso Município.
Desse modo, investir em sistemas locais de Segurança Alimentar e Nutricional
Sustentável que envolvam principalmente a produção, passando pelo
abastecimento, a transformação, a distribuição, a educação alimentar e o
consumo, é investir na prevenção da saúde e garantir que a população goze de
boa qualidade de vida com soberania e segurança alimentar e nutricional para
todos os porto-alegrenses. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Convido o
nosso palestrante desta tarde, Sr. Carlos, a compor a Mesa conosco.
O Ver. Professor
Garcia está com a palavra no período temático de Comunicações, por transposição
de tempo com o Ver. Elói Guimarães.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Obrigado, Ver. Elói.
Sr. Presidente; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; Carlos, Coordenador da questão de
Segurança Alimentar, o Brasil está tão evoluído, mas ainda é um País que tem
muitos miseráveis, é um País que ainda tem milhões de pessoas com necessidades
básicas, e a questão da alimentação é a necessidade maior.
Fico muito feliz,
porque vocês tiveram essa preocupação, desde a agricultura familiar, fazendo
contato com o meio acadêmico, com bares, restaurantes, ou seja, mobilizaram
toda a sociedade civil... a questão dos comitês. Vocês tiveram preocupação
também com as questões indígenas, com a questão dos quilombolas. Isso, aos
poucos, faz com que se forme uma nova cultura.
Eu faço parte de uma
área que está ligada à área da Saúde - a Educação Física. Lembro que,
recentemente, quando estava de Secretário do Meio Ambiente, tivemos a
oportunidade, Ver. Beto, de criar as duas primeiras academias populares em
Porto Alegre: uma no Parque da Redenção e a outra na Orla, fazendo o quê?
Popularizando, fazendo com que essas atividades também possam ser feitas por
toda população.
E na realidade,
quando se buscam alternativas nessa questão da alimentação - e eu volto a dizer
que é a necessidade mais básica do ser humano -, nós só temos que saudar essa
iniciativa. E eu tenho certeza de que as diversas falas dos Vereadores aqui,
hoje, serão nesse sentido.
Eu quero dizer, mais
uma vez, parabéns por esta iniciativa, Carlos; é uma iniciativa que, hoje, cada
vez cria mais corpo, mais força e que, na realidade, faz com que nós mexamos
naquilo que tem de mais sagrado na sociedade, ou seja, o direito à alimentação.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Elói
Guimarães está com a palavra no período temático de Comunicações.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Ver.
DJ Cassiá, presidindo os trabalhos (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Saúdo também a Brizabel, que tem tido, ao longo do tempo, um papel
destacado na luta e na questão ora discutida aqui, tão bem colocadas pelo
Coordenador.
O direito alimentar
não é só um preceito de ordem jurídica; é um preceito de ordem natural; talvez
seja, diríamos assim, conditio sine qua
non para a vida. Não há possibilidade humana de sobrevivência se não
tivermos a ingestão de uma determinada ração diária - então, é fundamental para
a vida.
Temos aí os dados
fornecidos pelos organismos locais, nacionais e internacionais, e, por incrível
que pareça, em pleno século XXI, vastas populações, em diferentes locais,
passam fome. É um dado estarrecedor com o qual ainda a humanidade convive, por
falta de vários fatores, sendo que um deles é exatamente a capacidade de
mobilizar esforços, como observamos por intermédio da legislação que se tem
produzido aqui em Porto Alegre, com a criação exatamente da Coordenação de
Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável. Portanto, é um tema de grande
relevância trazido a esta Casa, e sobre ele temos, permanentemente, que
tencionar, para despertar ações no sentido de resolver uma questão básica e
fundamental, que é a alimentação - e alimentação de boa qualidade nutricional,
que só os recursos científicos especializados podem nos oferecer.
Vejam bem: nós somos
a Capital do Brasil que tem a maior área rural. A própria ação mobiliza essa
roda importante da economia porto-alegrense.
O tempo é curto para
que a gente possa desenvolver um assunto tão significativo e tão importante;
portanto, encerro, cumprimentando V. Sª, os integrantes dos diferentes órgãos e
os voluntários que agem e interagem neste assunto vital: a alimentação, de
preferência nutricional e de boa qualidade, para que tenhamos a nossa população
sadia e em condições de trabalhar. Meus cumprimentos.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Nelcir Tessaro
está com a palavra no período temático de Comunicações.
O SR. NELCIR
TESSARO: Sr. Presidente, é uma alegria estar aqui e
cumprimentar o Carlos pelo seu trabalho; já o conhecemos há muitos anos,
sabemos que faz um trabalho muito bom nesta Cidade para as pessoas que mais
precisam.
Quero também cumprimentar a Brizabel por
dedicar-se, há tantos anos, a esta causa que minimiza as graves condições de
tantas e tantas famílias em Porto Alegre. Esse programa já existe há uma
década. Carlos, eu acho que, cada vez mais, tem-se aprendido com a implantação
dele.
Nós estivemos, no ano passado, visitando diversas
associações que receberam o equipamento, a cozinha. Tivemos a felicidade,
também, de buscar parcerias para ajudar esses locais que recebem esse material,
mas nunca é suficiente a arrecadação de alimentos para atender a tantas bocas.
Então, eu quero
incentivar esse trabalho. Vem aqui o representante do Banco de Alimentos, e
quero cumprimentá-lo, porque não é todo dia que nós encontramos pessoas
dispostas a ajudar esta causa. Muitas pessoas dizem: “Mas esta causa é apenas
para buscar alimentos, só isso”. É uma causa difícil! É uma causa difícil,
porque nós sabemos quantas e quantas pessoas a gente vê com necessidades e
pedindo um auxiliozinho, um apoio. Ainda precisaria haver a implantação dessas
cozinhas em muitos locais e associações em Porto Alegre para poder atender as
comunidades. Na Zona Sul da Capital, principalmente, nós temos diversas: na
Vila Cruzeiro; na parte leste da Cidade, passando o Morro Santana, na Vila
Safira. Não é suficiente o trabalho que se vem desempenhando, embora dos
melhores, para atender todos. Por isso, há necessidade de um empenho para que
possamos, cada vez mais, conforme o pronunciamento da nossa Presidente Dilma,
crescer, desenvolver esse programa, e todos devem aderir a ele.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Tessaro. Eu não poderia
perder a oportunidade de cumprimentar o Carlos pelo seu trabalho, bem como a
equipe toda que aqui está. Quero ressaltar a importância desse segmento. Eu e o
Carlos temos uma passagem em comum: nós fomos síndicos do mesmo condomínio, só
que eu sou da época em que o Ver. João Antônio Dib era Prefeito, e o Carlos é
bem mais moderno. Os nossos cumprimentos, Carlos.
O SR. NELCIR TESSARO: Obrigado, Ver.
Bernardino Vendruscolo. Eu quero dizer, Carlos, que, há 17 anos, quando nós
participamos de uma comitiva de Porto Alegre, Verª Fernanda, nós chegamos a
Lisboa, e lá havia em todos os cantos da Cidade outdoors com os dizeres “Tens fome? Telefona para o número tal”. E
nós voltamos - nós fazíamos parte de uma Irmandade, e fazemos - com a ideia de
implantar algo assim aqui em Porto Alegre - isso em 1994 -, porque nós
entendíamos a necessidade de alguém fazer esse gesto. Então eu vejo nesse
programa justamente uma porta; temos que abrir a porta para que as pessoas
busquem ali o que mais hoje em dia é sagrado na vida: o alimento.
A gente vê a Casa da
Sopa fazendo aquele trabalho na Zona Sul, mas nunca é suficiente, nunca
conseguimos fazer tudo se não houver o apoio de muita gente. Nós temos uma
legislação em Porto Alegre, Ver. João Antônio Dib, que diz que os restaurantes
estão proibidos de doar aquilo que sobra nos bufês. Muitas vezes, o restaurante
não vai abrir à noite e não tem como aproveitar as sobras, mas são proibidos de
doar. É uma legislação que tem que ser verificada, temos que acompanhar e ver
por que existe a proibição, porque há muitas e muitas famílias precisando de um
auxílio ou daqueles alimentos. Eu acho que nós ainda precisamos fazer muito. O
caminho está aberto com esse grande Projeto que está sendo desenvolvido há uma
década. A Brizabel, eu lembro que era pioneira; nós trabalhamos juntos desde
1997, na Secretaria do Trabalho e em muitos outros trabalhos; a Brizabel sempre
trabalhou pelas causas sociais.
O Carlos, quando
entrou nesse Programa, disse: “Vamos tocar adiante, porque é um programa que
vai fazer com que muitas dessas pessoas possam minimizar o seu sofrimento com
essas ações”.
Então eu acho que
temos todos que aderir a este Programa e buscar parcerias na iniciativa
privada. Nós sabemos que o Poder Público não tem condições, sozinho, de fazer e
defender bem esta causa. Este é um apelo para que toda a sociedade se engaje
neste Programa, justamente para fazer com que o Banco de Alimentos aumente cada
vez mais. Nós temos o Instituto Sanmartin, que está por trás disso, e muitos e
muitos outros. Eu acho que é hora de todo o mundo, de braços dados, fazer com
que este Programa avance para atender mais e mais gente. Parabéns pelo trabalho
que vocês estão realizando.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Toni
Proença está com a palavra no período temático de Comunicações.
O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, eu quero saudar com muito carinho o
Carlos Antônio da Silva, que é quem toca esse Programa Segurança Alimentar e
Nutricional Sustentável de Porto Alegre. O Carlos começou, eu me lembro, em
2006, timidamente, e hoje tem nas mãos o controle absoluto desse Programa, que
é um sucesso, graças à sua equipe.
Estão aqui, que eu
vejo e me lembro do nome, a Rejane Fontoura e a Eveline. Também faço referência
ao trabalho anterior realizado na Direção da FASC pela Brizabel Rocha, quem eu
saúdo com muito carinho. Eu quero saudar o Antonio Parisi, do Banco de
Alimentos.
E os bancos sociais
da FIERGS são um exemplo e uma referência em todo o Brasil, Ver. Cecchim, de
como a iniciativa privada pode ser parceira e colaborar com o Poder Público e com
a sociedade na busca de um País melhor para todos os brasileiros e brasileiras.
Principalmente nós, aqui em Porto Alegre, podemos contar com o trabalho do
Banco de Alimentos, com o trabalho do Carlos, do Programa de Segurança
Alimentar e com o trabalho de milhares de voluntários que se somam.
Esse trabalho começou
com o núcleo do Fome Zero, lembrou bem o Carlos, e, às vezes, ficamos
imaginando se já não era tempo de não precisarmos mais do Programam Fome Zero e
se já não era tempo de termos só o Programa de Segurança Alimentar, mas, na
verdade, não é. Quem percorre, Ver. DJ Cassiá, as vilas da periferia de Porto
Alegre encontra porto-alegrenses, homens e mulheres, crianças, principalmente,
completamente desassistidos, e o que mais preocupa é que são pessoas que não
acessam a rede pública, as possibilidades e alternativas.
O Ver. Dr. Raul tem
sido parceiro na nossa Frente Parlamentar de Combate à Fome e à Miséria, e
encontramos pessoas que terminam se imobilizando diante da própria pobreza e da
própria miséria. Então é fundamental o trabalho hoje liderado pelo Carlos, o
trabalho que é liderado pelo Antonio Parisi e o trabalho de todos os que se
envolvem nessa luta de retirar os porto-alegrenses e as porto-alegrenses da
miséria e da pobreza extrema, Ver. Tarciso, dos que se imobilizam pela própria
miséria e não conseguem avançar na busca da sua autonomia, da realização dos
seus direitos e de uma condição de vida melhor para eles e para suas famílias.
Nós tivemos, agora, a
boa notícia do lançamento, pela Presidenta Dilma, na sexta-feira passada, do
Programa Nacional de Combate à Miséria. Um dos pontos fundamentais desse
Programa lançado pela Presidenta aqui, em Porto Alegre, é justamente a Busca
Ativa. Essa é uma especialidade do Ver. Dr. Raul, que já trabalha com essa
ferramenta na Saúde pública em Porto Alegre há muitos anos - embora sua pouca
idade; ele diz que há mais de 30 anos trabalha com isso, começou muito novo. A
Busca Ativa, tenho certeza, será a ferramenta ideal para tentar retirar muitos
da miséria e dar autonomia a essas famílias que se encontram em pobreza extrema
e em situação de miséria aqui, em Porto Alegre. Parabéns pelo trabalho, Carlos;
parabéns, Brizabel, Antonio e toda a equipe. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver.
Paulinho Rubem Berta está com a palavra no período temático de Comunicações.
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, todos que nos assistem
aqui, boa-tarde. Em primeiro lugar, quero fazer uma saudação especial - e me
permita chamá-lo de amigo, pois somos amigos - ao Carlos Antônio da Silva, que
é o Coordenador da Segurança Alimentar de Porto Alegre. Há muitos anos,
trabalhamos para que pessoas recebam o resultado dessa parceria e para que ela seja
benéfica principalmente nos lares que mais precisam.
Também quero
cumprimentar o Sr. Antonio Parisi, Presidente do Banco de Alimentos, que faz um
trabalho muito bonito no Conjunto Residencial Rubem Berta e no entorno; quero
saudar a nossa querida amiga Brizabel, que sempre batalhou pela causa na cidade
de Porto Alegre; é um prazer, uma alegria e um orgulho muito grandes poder me
dirigir a vocês. Também quero cumprimentar a Rejane Fontoura; a Eveline Ruy
Dias, nutricionista da FASC, na Coordenadoria de Segurança Alimentar, além dos
outros profissionais, nutricionistas e assistentes sociais, que fazem parte
dessa Coordenadoria. Acho que meus colegas Vereadores enfatizaram muito bem
vários pontos positivos desse grande Programa, no meu entendimento, da Segurança
Alimentar.
Eu estava me
lembrando, Sr. Parisi, da nossa luta para que chegasse à casa das pessoas
aquilo que tanto faz falta e que realmente mantém o ser humano de pé, que é uma
alimentação com qualidade, e o Banco de Alimentos vem fazendo isto há muitos
anos na cidade de Porto Alegre, ajudando na organização em parceria com a
Segurança Alimentar e com outros organismos, com as associações de moradores,
com os clubes de mães, com creches, beneficiando milhares e milhares de
pessoas. Eu sei e quero me dirigir ao ser humano, àquelas pessoas como a Dona
Tereza, lá no fundo da vila, que recebe o alimento quando chega lá, um alimento
de qualidade, e pode redistribuí-lo para a comunidade. Atrás da chegada desse
alimento, tem um número infinito de pessoas que estão contribuindo com isso. Não tem como falar em Brasil Sem
Miséria sem falar na FASC, na Segurança Alimentar, no Banco de Alimentos e nos
nutricionistas desta Cidade, porque o que vejo - e quero dizer isso de coração
- é além da obrigação de fazer esse trabalho. Muitas vezes, vejo ali a mão e o
sentimento das pessoas que levam com carinho esse alimento lá no fundo da vila,
lá na periferia. Lá onde mais se precisa está chegando esse alimento; está
chegando organizado, higienizado, com qualidade, dando condições de vida às
pessoas, principalmente da periferia de Porto Alegre, e a Região Norte é uma
delas.
A Associação de
Moradores do Conjunto Residencial Rubem Berta, com o seu restaurante-escola,
recebe essa colaboração fantástica para poder botar na mesa quase duzentos
almoços por dia. Neste momento, o senhor é sabedor de que nós, por uma questão
de escolha, tivemos que parar com o atendimento porque estávamos em reforma na
Unidade de Saúde; então tivemos que escolher, e botamos o posto de saúde no
restaurante. Mas, se Deus quiser, em janeiro estaremos retomando esse trabalho
com muito mais vontade, com muito mais consciência do que estamos fazendo e com
a responsabilidade dobrada.
Não sei como
expressar melhor - me perdoem - o trabalho desses profissionais, tanto dos que
estão carregando os caminhões e fazendo distribuição lá no Banco de Alimentos,
quanto dos técnicos que estão planejando e trabalhando. A vocês eu dedico, com
muito carinho e respeito, o meu agradecimento pelo trabalho que vocês fazem, pelo
trabalho que é dedicado a essas famílias. Vocês podem dormir com a cabeça
tranquila, porque muitas famílias, milhares de famílias, estão sendo ajudadas
pela dedicação de vocês - não pela obrigação, mas pela dedicação. Parabéns a
todos vocês, e nós, que moramos nesta Cidade e na periferia - pois continuo
morando no mesmo lugar -, estamos muito gratos a todos vocês. Parabéns! Muito
obrigado, e que Deus pague a vocês por tudo que têm feito pelas pessoas que
mais precisam dessa Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver.
Aldacir José Oliboni está com a palavra no período temático de Comunicações.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre
Presidente, Ver. DJ Cassiá; colegas Vereadores e Vereadoras, também quero
parabenizar a vinda do Carlos Antônio do Silva, do Antonio Parisi, da Brizabel,
enfim, de todos esses cidadãos e cidadãs que participam da nossa Sessão neste
momento. Eu ouvia atentamente os meus colegas e me lembrava, Carlos, de como
são importantes esses programas, porque eles dialogam com a saúde da população.
Quanto mais nutrida a pessoa, menos problemas de saúde ela terá, menos
emergências lotadas, menos atendimento nas unidades de saúde haverá e mais
tranquila e mais feliz será a vida daquela família ou daquela criança.
São muitos os
programas que o Governo Municipal pode fazer em parceria com os Governos
Estadual e Federal. Alguns acham que são programas eleitoreiros, mas, na
verdade, são programas que dialogam com a realidade brasileira, quando
percebemos que as pessoas pobres, às vezes, não têm acesso a alguma coisa e
esperam uma ação governamental que, muitas vezes, não acontece.
Eu quero falar de um
desses programas. Para quem não sabe, o Governo Federal, através do Bolsa
Família, hoje atende 13,2 milhões de famílias, envolvendo 52 milhões de pessoas
e gastando em torno de R$ 76 bilhões. Faço questão de fazer a leitura, Ver. Dr.
Raul, de um assunto que me chamou atenção, porque eu tenho a certeza e a
compreensão de que um pai de família não tem como dar um padrão de vida ou
acesso à escola e alimentação se ele ganha em torno de R$ 400,00 ou R$ 500,00
ou até um salário mínimo.
Chamou-me atenção um
relato que traz uma página do Fome Zero, que eu faço questão de compartilhar
com os senhores e as senhoras neste momento (Lê página da Internet.):
“Brasília, 19 de outubro. A família de Simone Guedes da Silva, de Planaltina de
Goiás, terá, no próximo ano, dois fortes motivos para comemorar. A filha
Alexandra, de 17 anos, vai concluir o ensino médio e fazer vestibular. Aline,
de 15, terminará o ensino fundamental. ‘Elas são o orgulho da nossa casa. São
empenhadas, estudam bastante e têm força de vontade’, emociona-se a mãe, de 39
anos, que recebe R$ 140,00 do Bolsa Família. O marido, pedreiro, Luilson da
Silva, faz ‘bicos’ em obras e ganha em torno de R$ 400,00 por mês. Ela era
diarista, mas, com o reumatismo, precisou parar de trabalhar. Antes do
programa, era difícil comprar alimentos e material escolar para as crianças,
ela conta. Em seguida, ela diz que a trajetória dessas adolescentes dá vida às
estatísticas que revelam que receber o Bolsa Família faz com que crianças,
principalmente as meninas, se mantenham na sala de aula, tenham o percurso
escolar mais exitoso. Somados às melhorias dos indicadores da saúde e de redução
da pobreza e da fome, a permanência e o sucesso na escola evidenciam o impacto
do Bolso Família, que, nesta quinta-feira, 20 de outubro, completa oito anos,
com investimentos que totalizam R$ 76 bilhões.”
Então, feliz de quem criou o Bolsa Família, feliz daqueles que, na verdade, apoiam estas ideias não só de aproximação, mas de redução da pobreza, mas mais feliz ainda quem pode ter acesso a ela e dizer que isso é bom para a vida, é bom para saúde e faz com que as pessoas tenham mais justiça social. E este trabalho de vocês não só leva a dignidade às pessoas, mas também traz para dentro do nosso sistema pessoas que, da mesma forma que elas, vão competir, porque vão fazer vestibular, vão fazer universidade e vão ter, com certeza, mais dignidade, mais acesso àquilo que muitos governos não fizeram. Parabéns a essa parceria, e espero que continue e que atinja todos aqueles que mais precisam. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra no período temático de Comunicações.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver.
DJ Cassiá; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, quero cumprimentar o
Carlos, que está à Mesa, e eu sei do grande trabalho que ele faz exatamente
neste campo da Assistência Social; quero cumprimentar o Antonio Parisi,
Presidente do Banco de Alimentos, que nos honra muito com a sua presença - e eu
pude visitar o Banco de Alimentos e ver o trabalho que o Banco faz em prol da
nossa sociedade -; a Brizabel, uma grande representante deste Município,
exatamente desse campo da Assistência Social; as senhoras e os senhores que
estão aqui presentes.
Eu fiz questão de vir
aqui porque tenho um projeto que está completando 30 anos este ano e que também
se comunica com aquilo que os senhores fazem, principalmente com o trabalho que
é feito no Banco de Alimentos. Nós temos um projeto que se chama Show do Quilo
- Ver. DJ, que é um homem-show
também, que faz as suas promoções em diversas regiões da Cidade. Nós promovemos
quatro shows durante o ano, e o objetivo
desses shows é angariar alimentos
para distribuir a entidades assistenciais, a fim de que essas entidades possam,
de alguma forma, suprir as suas faltas. Agora, domingo, nós vamos estar no
Lindoia Tênis Clube, e eu já tive a confirmação do meu amigo Parisi, que vai
estar presente com o Banco de Alimentos, e vamos estar lá com nove entidades
participando.
Uma das coisas que eu
aprendi lá no Banco de Alimentos é que eles conseguiram fazer com que as sobras
dos supermercados pudessem, de uma maneira a não causar perigo às comunidades,
ser doadas, sem isso constituir perigo às populações que as consumam, porque
tudo é feito, realmente, com maestria lá no Banco de Alimentos. Eu vi que muita
coisa que se perde por aí... Nós mesmos fizemos aqui, na Câmara de Vereadores,
em duas oportunidades, um projeto para aproveitamento daquilo que é sobra dos
restaurantes, a fim de que a gente pudesse enviar para comunidades carentes,
mas vimos que os restaurantes tinham dificuldade para enviar essas sobras,
porque, afinal de contas, teriam que garantir que todo esse alimento pudesse se
manter saudável ao ser transportado. Eu sei que o Banco de Alimentos consegue
fazer isso de uma forma muito melhor e de uma forma mais qualificada.
E eu não concordo com
a maneira com que o Governo Federal trata essa questão. Eu acho que o Bolsa
Família, citado aqui pelo meu amigo Oliboni, deveria, na verdade, ser feito de
uma maneira que qualificasse o trabalhador, que oferecesse ao trabalhador
oportunidade de ele deixar de ser um necessitado, alguém que tenha apenas
necessidade de receber, mas poder realmente produzir aquilo que ele teria como
indispensável para a sobrevivência. Mas não, o Governo age de uma forma
eleitoreira, no meu modo de ver, porque não é apenas o Brasil, vejo que a Argentina
também está agindo assim, a Venezuela age assim, todos esses países que, na
verdade, estão caminhando juntos, fazem isso de uma forma eleitoreira,
praticamente para se manterem nos governos. Eles dão uma migalha para que as
pessoas sobrevivam e, com isso, eles mantêm um eleitorado cativo. E eu acho que
isso é extremamente prejudicial para a nossa população. Enquanto nós estivermos
assim, nós não fazemos a nossa população progredir. Mas, quem sabe, numa hora
qualquer, nós vamos ter uma oportunidade diferente de fazer com que esse
dinheiro, esses recursos - que são muitos bilhões - possam ser dedicados,
realmente, de uma forma mais correta, a atender a nossa população e deixar
entidades, como é o caso do Banco de Alimentos ou outras promoções, como é o caso
do Show do Quilo, atenderem às comunidades carentes de uma forma mais imediata.
Mas quero saudar
você, Carlos; saudar o Banco de Alimentos e este Projeto...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. LUIZ BRAZ: ...Eu acredito que os
governos que têm muito dinheiro nas mãos deveriam se dedicar a poder,
realmente, oferecer melhor qualificação para as pessoas, para que elas
pudessem, como pedreiros, como serventes, fazer o que estão fazendo de uma
forma melhor e mais qualificada; e oferecer, também, Ver. Elói Guimarães, uma
maneira de essas pessoas não receberem de graça tudo isso e poderem devolver
para a sociedade, em forma de trabalho, o que foi realizado em muitas regiões que
progrediram, e não nessas nossas regiões aqui que, infelizmente, se estagnaram.
Então, eu acho que os governos têm obrigação de realizar o melhor trabalho.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Ver. DJ; nobre
colega, Ver. Luiz Braz, eu vou passar um documento para o Ver. Luiz Braz que
informa que 2,5 milhões de pessoas que estavam no Bolsa Família já saíram,
porque se qualificaram, mas é um Programa que tem que dar certo. A crítica é
pontual, mas faço questão de passar-lhe o documento, porque é real.
(Ver. Aldacir José
Oliboni procede à entrega de documento ao Ver. Luiz Braz.)
O SR. LUIZ BRAZ: Eu faço questão de
aceitar este documento, porque eu acho que o Bolsa Família deve estar muito
atrasado com relação a essa integração das pessoas. Tinha que estar fazendo
muito mais, porque são muitos os recursos colocados à disposição do Governo, e
esses recursos não pertencem a ninguém, pertencem ao povo; por isso têm que ser
melhor usados.
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Feito o
registro. O Ver. Dr. Raul Torelly está com a palavra no período temático de
Comunicações.
(O Ver. Paulinho
Rubem Berta assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. DR. RAUL TORELLY: Quero saudar o Ver.
Paulinho Rubem Berta, que assume os trabalhos, e, de uma maneira muito
especial, o Carlos, que a gente já conhece há tanto tempo, que é um lutador, um
militante de longa data nessa área; assim como a Brizabel, o Antonio Parisi,
enfim, saudar todos vocês que aqui estão e reconhecer, realmente, a importância
desse trabalho.
Eu, como médico de
periferia, tenho 30 anos nas nossas vilas populares, e a gente sente no dia a
dia que, realmente, a questão da miséria ainda é muito grande, da falta de
alimentação, mas ela já é muito menor do que era no passado. E eu estou falando
de alguém que trabalhou muitos anos na Vila Areia, na Ilha do Pavão, na Ilha
Grande dos Marinheiros, em lugares que, realmente, as pessoas convivem dia a
dia com a miséria. Não é à toa que eu milito também, junto com o Ver. Toni
Proença e outros colegas Vereadores e Vereadoras, na Frente Parlamentar, para
que nós ajudemos a tirar as pessoas da miséria, porque é a sensibilidade do dia
a dia. A gente sente a importância desse trabalho não só na parte alimentar,
que está sendo tão bem conduzida por vocês. A Prefeitura reconheceu a criação,
em 2005, da Coordenadoria da Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável em
Porto Alegre, o que proporcionou que a gente tenha a transversalidade ativa,
para que os vários segmentos atuem em conjunto, buscando levar às associações,
às comunidades, às áreas carentes, a alimentação, que é o mínimo fundamental
para a sobrevivência do ser humano. E me cumpre ressaltar a parceria do
terceiro setor, como o empresariado; os Lions Clubs - fui fundador e Presidente
do Lions Club Porto Alegre, no Monte Castelo -, de onde, por várias vezes,
tivemos voluntários na frente dos supermercados buscando doações; e também o
Rotary Club, enfim, entidades sem fins lucrativos, de dedicação, para que a
gente consiga levar um pouco daquilo que a vida nos deu aos menos favorecidos.
Eu tenho um
posicionamento muito pessoal em relação ao Bolsa Família. Acho que é um
Programa importante para a sociedade, temos acompanhado a sua implantação no
Brasil. Independentemente das questões eleitorais ou eleitoreiras que ele possa
carregar, esse Programa beneficiou e beneficia muitas pessoas. Assim como o
Bolsa Família, eu trabalho muito com a questão do planejamento familiar, porque
acredito que famílias planejadas, efetivamente, são aquelas que dão melhor resultado;
que a gravidez tem hora, não se pode conviver com uma gravidez indesejada,
muito especialmente em crianças; e não são nem adolescentes, muitas vezes são
crianças mesmo.
(Aparte
antirregimental do Ver. Dr. Thiago Duarte.)
O SR. DR. RAUL TORELLY: Gravidez “sem hora”
de “senhora” também, exatamente! E não só as senhoras, mas as senhoritas, às
vezes. Há filas nos postos de saúde de meninas de 13, 14, 15 anos, com crianças
no colo, fazendo revisões, que mais parecem bonecas Barbie que crianças. E
aquela menina ali está colocando a sua vida, a sua educação em risco; ela,
muito provavelmente, não vai continuar frequentando a escola; ela vai
sobrecarregar a família, enfim. Eu acredito que a questão da Busca Ativa, como
foi falado, é fundamental, porque as pessoas em situação de miséria, no nosso
País, não estão ali por acaso; é uma situação imposta a elas pela sociedade, e
como essas pessoas não têm cultura, nem o entendimento, nem o dinheiro
necessários para conseguirem chegar até as políticas públicas, mantêm-se nessa
situação de miséria. E nós temos que ir lá, informar e, de alguma maneira,
encaminhar essas pessoas para que tenham os seus objetivos atendidos. Mais de
50% das mulheres querem ter acesso ao planejamento familiar efetivo e não
conseguem em função dessas dificuldades.
Eu queria registrar
também a minha consideração toda especial pelo trabalho realizado pelo Banco de
Alimentos, da FIERGS, e dizer: “Vamos lá! Vamos clicar, porque no site da FIERGS, do Banco de Alimentos,
um cliquezinho já é um quilo de alimento doado”. A gente sabe bem que isso
funciona.
Eu estive na UAMPA,
por alguns anos, fui até da Saúde e Meio Ambiente da nossa União das
Associações de Moradores de Porto Alegre, convivendo com mais de 500
associações comunitárias e suas dificuldades, e sei quanto é, quanto foi e
quanto isso será importante, muito especialmente para as pessoas em condição de
miséria, que, no nosso Estado, são em torno de 300.000 pela pesquisa do IPEA,
das quais nós sabemos que 50% são crianças. Então, temos que valorizar, fazer
os programas, fazer com que as nossas crianças sejam bem-alimentadas. Muito
obrigado, saúde e boa alimentação para todos!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulinho Rubem Berta): Obrigado, Ver. Dr. Raul.
O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra no período temático de Comunicações.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente
dos trabalhos, Ver. Paulinho Rubem Berta; Sr. Carlos; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores; a todos os que nos acompanham o nosso muito
boa-tarde!
Tive a oportunidade
de, no domingo, visitar, com a Brizabel, com o Carlos, com o Sr. Montanha e
muitas outras pessoas, a iniciativa, no parque da Redenção, de levar a público,
mais uma vez, neste ano, a comemoração deste período, que é a Semana de
Segurança Alimentar.
Para quem vive neste
País, um país que não tem precedentes em potencial e capacidade de produzir
alimentos, de produzir agricultura, de produzir de forma sustentável, é
inaceitável que se tivesse, por muito tempo, tantas pessoas passando fome. E o
passar fome não é uma questão qualquer, não é “passou fome; depois comeu,
resolveu”; passar fome, desde a concepção ao nascimento da criança, à infância,
à adolescência pode significar um comprometimento para sempre. Então, passar
fome, algumas vezes, para alguns significa comprometer toda uma vida. E eu
quero falar como agrônomo e como militante; foi exatamente esse o motivo que me
levou para a militância e para a política, porque nunca aceitei a concepção de
que, num país com tanta riqueza, pudesse haver gente passando fome. E nunca
aceitei que o problema da falta de alimentos, ou da fome, pudesse ser um
problema de tecnologia de produção, porque não é. Porque nós sabemos, estudando
a história, que justamente os momentos de maior produção agrícola do mundo foram
os momentos das grandes crises, e quando mais fome se teve.
Portanto, o problema
da fome é, sim, um problema da política, é um problema da distribuição de renda
e de fazer com que os alimentos possam ser acessados por quem precisa, que são
especialmente os grandes bolsões de pobreza, aqueles que não têm renda, ou têm
muito pouca renda, assim como fizemos toda uma luta contra a privatização da
água no Brasil e no mundo, porque a água de qualidade também é alimento. Sem
água de qualidade não é possível ter uma boa nutrição, e a fome continua.
Portanto, esses dois
elementos, água e alimentos, são fundamentais para a garantia de uma sociedade
saudável, de uma sociedade que possa aprender, que possa evoluir e formar
cidadãos capazes de produzirem um potencial bem maior para o conjunto da
sociedade.
O Programa Bolsa
Família, inaugurado pelo Presidente Lula, com certeza é a mais potente
iniciativa da história mundial para realizar a inclusão social, para incluir e
possibilitar a distribuição adequada de renda para quem precisa, pelo menos
para a garantia das mínimas condições necessárias para o melhor
desenvolvimento.
Nesses oito anos,
conforme o Ver. Oliboni já falou, foram R$ 76 bilhões distribuídos. E isso
criou um efeito, isso ajudou a tirar muitas pessoas não só da miséria, mas
também da pobreza. Muitas pessoas conseguiram evoluir, graças a esse Programa,
para a classe média.
Nós temos ainda aqui
no Rio Grande do Sul uma pequena parte que vive em situação de pobreza extrema
e que precisa ser atacada, mas nós já evoluímos bastante. E nós queremos
comemorar junto com vocês as conquistas desse tempo, porque são tempos
vitoriosos, e quiçá, em muitos poucos dias, nós tenhamos uma superação completa
e uma grande vitória como nós sempre sonhamos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. DJ Cassiá
reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Beto
Moesch está com a palavra no período temático de Comunicações.
O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, quero cumprimentar o nosso convidado Carlos
Antônio; também a Brizabel, minha ex-colega; e também aqui meu colega Parisi,
do Banco de Resíduos. Aliás, o Banco de Resíduos e o Banco de Alimentos da
FIERGS são exemplares em termos de Estado do Rio Grande do Sul e mostram que
esses assuntos não dizem respeito apenas ao Poder Público, mas à sociedade
organizada. A alimentação mais sustentável é aquela que não é desperdiçada; é
aquela em que não há sobra, e se houver sobra - o que já é um erro, porque não deve
sobrar, nós temos que colocar no prato apenas aquilo que vamos comer -, ela
deve ser devidamente destinada às pessoas que necessitam. É o que Banco de
Alimentos faz, e muito bem, há muitos anos e é uma referência no País em termos
de não desperdiçar os alimentos.
Eu vim à tribuna,
porque, como Secretário, acompanhei esse assunto, que durante muito tempo
passou a ser liderado pela então Secretária Brizabel, mas a segurança
alimentar, a alimentação adequada, saudável e sustentável vão muito além de,
pura e simplesmente - que já é um grande desafio -, tirar pessoas da fome. É
muito mais do que isso. A minha mãe sempre diz que a mãe dela, a minha avó
dizia: “Se você quer uma farmácia em casa, faça uma horta”. É muito comum, no
Interior, as pessoas terem horta, e os meus pais têm horta em casa até hoje,
porque é um alimento disponível, totalmente sustentável, Ver. Oliboni, porque
não tem transporte, não consome pneu, não consome gasolina ou diesel - é
totalmente seguro porque está ali, não há veneno, porque o que se coloca aí não
é defensivo agrícola, o que comemos, o alimento que é colocado no prato não é
defensivo agrícola, é veneno, é agrotóxico. “Defensivo agrícola” é o termo
utilizado pelas indústrias que vendem veneno. Isso diz muito mais respeito à
Secretaria da Saúde do que à Secretária da Agricultura, à SMIC, à Secretaria de
Educação e à Secretaria do Meio Ambiente, porque estamos lidando com segurança
alimentar, que é muito mais do que ter comida no prato - muito mais! -, é saber
qual o alimento que teremos no prato, que tipo de alimento. E isso é muito bom,
Ver. Toni Proença, pois, como nunca, nós estamos debatendo sobre esse assunto.
A imprensa debate sobre ele, as pessoas se preocupam com isso, e hoje podemos
comprar, diretamente do produtor, o alimento que consumimos, se quisermos, se
tivermos disposição para isso. É a compra direta do produtor, tirando, muitas
vezes, o monopólio ou oligopólio de corporações que tinham esse monopólio e
oligopólio de venda de produtos. Os próprios supermercados hoje oferecem
produtos orgânicos, portanto, seguros, nas gôndolas. Estou colocando isso,
porque, muito mais do que o Programa de Segurança Alimentar e Nutricional
Sustentável em Porto Alegre, a alimentação deve ser oferecida não apenas para
as pessoas mais necessitadas, mas também deve ser garantida uma alimentação
saudável, segura, sem agrotóxicos, o mais perto possível, também na merenda
escolar. Isso é uma garantia que temos que dar aos nossos alunos e às nossas
famílias, aproveitando, inclusive, Ver. Tarciso, o manancial de riqueza
cultural e econômica, que é a nossa Zona Rural, aqui em Porto Alegre. Poucos
porto-alegrenses sabem, mas 1/3 do nosso território é de agricultura, de zona
rural.
Eu pude observar,
além desse Projeto, projetos extraordinários de escolas de Porto Alegre, de
Gravataí, de Cachoeirinha, de Maquiné, de Três Cachoeiras, que adquirem,
diretamente dos produtores, sucos de uva e de laranja 100% por cento orgânicos.
Quando falo em orgânico, não é só por não usar agrotóxico, mas também por respeitar
o meio ambiente e garantir a inclusão social daquelas pessoas que estão ali
produzindo e morando perto da escola. Dois exemplos são o açaí, retirado da
palmeira juçara, que é uma árvore nossa, da Mata Atlântica, não mais apenas do
Pará, e a banana orgânica, que vai direto para a merenda escolar das escolas
públicas municipais. Em síntese, isso é alimentação com educação, com saúde,
com cultura e com muita segurança. Parabéns pelo trabalho.
Acho que podemos não
só não deixar morrer esse trabalho - Ver. Toni Proença, nós já conversamos
muito sobre isso, talvez V. Exª seja a pessoa mais indicada para poder liderar
esse processo -, mas também fazê-lo evoluir, avançar e colocá-lo, cada vez
mais, como uma prática da nossa Cidade. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Sr. Carlos Antônio da Silva está com a
palavra para suas considerações finais.
O SR. CARLOS ANTÔNIO DA SILVA: Em nome da
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, de todos os parceiros, de toda nossa
equipe, de todos os Vereadores que se manifestaram e do Presidente desta Casa,
queremos dizer que estamos dispostos, junto com a Câmara de Vereadores, a
discutir o papel da segurança alimentar no Município de Porto Alegre.
Isso, seguramente,
passa pelo Orçamento, mas, com certeza, nem só o dinheiro, especificamente
falando, é fundamental. Nós temos que ter uma decisão política de que a
segurança alimentar é uma visão estratégica de vida, porque, à medida que o
povo se alimenta bem, com qualidade, com medidas sustentáveis no uso do solo e
da sua produção, sem dúvida nenhuma, vamos ter cidadãos mais conscientes, um
país mais justo, e, seguramente, a segurança e a soberania alimentar de Porto
Alegre, do Estado e do nosso País estará garantida. Muito obrigado por todas as
manifestações em nome de toda a nossa equipe.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Parabenizamos, mais uma vez, em nome desta
Casa, o trabalho de vocês, e suspendemos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h37min.)
O SR. PRESIDENTE (DJ
Cássia – às 15h38min): Estão reabertos os trabalhos.
O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, DJ Cassiá; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu
venho a esta tribuna mostrar este documento muito sério, Ver. Haroldo de Souza.
(Mostra fotografias.) Por quê? Eu não sou presidente, não sou vice-presidente,
não sou secretário de obras, e também não faço parte da Mesa, mas me preocupo,
Ver. Haroldo, quando a nossa Presidente, que anda pelas ruas fiscalizando,
assim como o Ver. Mauro Pinheiro, o Ver. Todeschini, e dizem que a Cidade está
esburacada. “Tem buracos na Cidade”. Todos os dias, fiscalizam, fiscalizam. Mas
o mais interessante é aqui nesta Casa. Há mais de seis meses, havia dois
buracos ali no pátio. Eu passei por ali várias vezes, e, no dia em que eu furei
o pneu do meu carro, numa segunda-feira, eu resolvi tirar uma foto. Na
terça-feira, fiz uma solicitação ao Secretário Cássio, da Secretaria Municipal
de Obras e Viação, para que fossem tapados aqueles buracos. Mostro a
vocês, Vereadores, as fotos do antes e do depois. Essa foto aqui foi tirada no
dia em que eu parei e tirei as fotos - são dois buracos grandes -, Ver.
Paulinho Rubem Berta, e agora os buracos estão fechados. (Mostra fotografias.)
Na terça-feira, a SMOV veio tapar os dois buracos! E depois eles falam que a
Secretaria não funciona. Ela funciona, sim, só que tem que olhar mais! Tem que
olhar mais para a nossa Casa, pois quem quer fiscalizar lá na rua tem que
fiscalizar o próprio pátio! Eu tirei as fotografias só para mostrar que tem que
cuidar daqui também! Tem que cuidar daqui, Ver. Haroldo! Todos nós passamos
todos os dias por aqueles buracos: V. Exª, o Ver. Oliboni, o Ver. Elói, o Ver.
Paulinho, o Ver. Tarciso, ou seja, todos os que estacionam na garagem passavam
pelos buracos!
(Aparte
antirregimental do Ver. Haroldo de Souza.)
O SR. ALCEU BRASINHA: Por isso mesmo eu
falei que eu não sou o presidente, o vice-presidente, e nem o Secretário de Obras.
Imediatamente, eu solicitei ao Secretário Cássio para que viessem tapar o
buraco, porque não é possível, na entrada da Casa do Povo, ter buracos! Ficam
cobrando lá na rua, dizendo que a Cidade está esburacada, que a Cidade está
ruim - o Ver. Mauro Pinheiro foi lá no bairro Restinga fiscalizar uma obra que
nem estava pronta, que está em andamento; ele já queria que estivesse pronta,
isso é um absurdo - mas, primeiro, temos que olhar para nós mesmos, temos que
olhar aqui para a Casa, porque nós, todos os dias, entramos pela garagem! Esse
buraco estava me incomodando, até que um dia eu furei o pneu. No outro dia,
tirei a foto e fiz o pedido para que viessem tapar o buraco. Ver. Oliboni, cá
para nós, quem critica, quem gosta de cobrar, tem que cuidar primeiro da Casa,
tem que cuidar do seu próprio terreno, tem que cuidar da sua área. Não é
possível! Estão aqui os buracos, tapados. Em um dia e meio, o Cássio mandou
tapar os buracos, e tenho o e-mail do
dia em que mandei para ele, tenho horário, e mais ainda, a resposta dele,
informando quando estava mandando tapar o buraco.
Quero dizer que eu,
como Vereador, acho que agi certo e pedi, porque não dá para aceitar, na
entrada da garagem, ter dois buracos, Vereador Ferronato, o senhor sabe porque
passou várias vezes por aquele buraco, pois, desde quando o Tessaro saiu da
presidência, os buracos apareceram. Eu venho aqui só para mostrar, pois, quando
se quer fiscalizar na rua, é bom fiscalizar aqui dentro também.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Em meu nome,
como Vice-Presidente da Casa, Brasinha, quero agradecer por nos representar
neste momento e tapar os buracos que existiam aqui.
O Ver. Tarciso Flecha
Negra está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa tarde, Sr.
Presidente DJ Cassiá; Vereadores e Vereadoras; todos os que nos assistem pela
televisão e aqui nas galerias, é uma tristeza muito grande para mim hoje, e não
vou dizer quem é culpado, porque acho que não cabe mais que se culpe A ou B.
Que pena! Como atleta que fui, como torcedor que sou hoje do nosso tricolor e
do futebol brasileiro, que pena que este aperitivo da Copa das Confederações
não vem para Porto Alegre. Porto Alegre foi uma das Capitais que mais brigaram
pela Copa das Confederações e que lutam pela Copa do Mundo, que será aqui
sediada. Que pena que a gente não pôde ter esse aperitivo, Ver. Oliboni, que
pena mesmo! Eu lamento, e não vou buscar culpados, A ou B; acho que somos todos
nós. Essa Copa seria no Beira-Rio. As pessoas se enganam dizendo que seria no
Internacional. Não. Seria no campo do Internacional. Essa Copa das
Confederações seria de todos nós, torcedores de futebol, principalmente do
futebol brasileiro, porque se trata da Seleção. Que pena!
Outro assunto,
Presidente DJ, que me deixa também muito triste e sobre o qual tem havido
várias reclamações são esses patrimônios tombados, principalmente no Centro,
que estão caindo. Perto de onde eu moro, tem um que já meio que desabou e andou
machucando pessoas ali. Acho que chegou o momento de o Poder Público começar a
rever esses patrimônios públicos e particulares também tombados, para que os
proprietários ou os restaurem ou eles mesmos os derrubem para que não caiam em
cima das pessoas ou em cima de outras casas. É lamentável que, dentro do Centro
de Porto Alegre, tenham patrimônios tombados colocando em risco muitas pessoas
que por ali passam ou estão convivendo! É muito difícil! Pedimos ao Poder
Público que comece a olhar um pouco mais para a nossa Capital, que é tão
maravilhosa, tão linda, para que a gente possa olhar esses patrimônios como uma
vista maravilhosa, tão bonita. Esses patrimônios restaurados são muito lindos,
mas não com os turistas chegando e esses patrimônios caindo em cima das
pessoas.
Era isso, Presidente,
que viemos reclamar, e lamentar pela Copa das Confederações não acontecer na
cidade de Porto Alegre, que sonhou tanto com isso. Eu fui um sonhador com a
Copa das Confederações, fui mesmo! Sou um torcedor, sou um sonhador e adoro
futebol, além de ter jogado. Jogo até hoje, nos meus 60 anos. Jogo não; corro
atrás da bola.
Então estou aqui
lamentando, junto com o povo de Porto Alegre, junto com todos os torcedores da
Capital, do Estado. Que pena! Outros grandes eventos virão, e que a gente não
perca. Que isso sirva de exemplo para todos nós. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
(A Verª Sofia Cavedon
assume a presidência.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Boa-tarde,
Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, telespectadores. Assumo, neste
momento, a Sessão. Agradeço ao Vice-Presidente, Ver. DJ Cassiá. Estava
representando esta Casa em duas importantes atividades no início da tarde.
O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. AIRTO FERRONATO: Srª Presidente; Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras; senhoras e senhores presentes; nossos
telespectadores e ouvintes, eu vou conversar um pouco sobre a Rua Gonçalo de
Carvalho, mais uma vez, até porque já tinha me manifestado, há poucos dias,
sobre o tema. Hoje Porto Alegre conquista um título que se espalha mundo afora,
que é o título de Rua Mais Bela do Mundo dado à nossa Rua Gonçalo de Carvalho.
Essa façanha, essa conquista se deve muito ao que é Porto Alegre e a como Porto
Alegre vem cuidando das questões essencialmente do meio ambiente, Ver. Beto,
por algumas décadas. Registro o Ver. Beto como um expoente quando se trata
deste assunto. Aliás, esse título de Rua Mais Bela do Mundo, essa conquista
pode ser um elo, um vínculo que trará turistas a Porto Alegre. Concordo com o
Ver. Tarciso que tivemos, na verdade, uma perda, lamentável perda, que foi a
não vinda para cá da Copa das Confederações. Falaremos sobre essas questões em
outra oportunidade.
Em se tratando de
grandes eventos, e a Copa é um deles, é possível atrair pessoas para cá. E, se
essas pessoas que para aqui vêm, forem informadas da existência da mais bela
rua do mundo, poderemos ter um afluxo bastante significativo de pessoas para
conhecer a nossa Gonçalo de Carvalho. Se ela é a mais bela rua do mundo, nós
precisamos nos preocupar com ela. E eu estive lá, há alguns dias. Ali, na
Gonçalo de Carvalho, nós temos um prédio, no número 442, que está enfeando a
rua e não pode continuar assim. Eu não entendi se é demolição, se é reforma, ou
o que é, mas lá há um prédio que não está fazendo jus, pelas características e
condições em que está, ao que temos em Porto Alegre.
Por isso, estou
encaminhando um documento ao Prefeito Municipal, solicitando que se faça uma
análise do prédio. E, a partir disso, que se tome providências no sentido de
recuperar aquela obra que está inacabada, não está bem, Ver. DJ Cassiá, não
pode estar ali na mais bela rua do mundo. Por isso, estou solicitando que se
analise urgentemente e com todos os detalhes, para ver como se conclui a obra
daquele prédio que está com o reboco descascado e parece que parou por aí. Um
abraço! Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 3445/11 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 038/11, que dispõe sobre a realização de eventos
culturais, econômicos, políticos e de outra natureza no Largo Jornalista Glênio
Peres, revoga as Leis nos 9.404, de 3 de fevereiro de 2004, e
10.660, de 20 de março de 2009, e dá outras providências.
PROC.
Nº 3446/11 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 039/11, que declara de utilidade pública a Casa
da Criança Algodão Doce.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 2698/11 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 013/11, de autoria do
Ver. Engenheiro Comassetto, que
altera os regimes urbanísticos das Subunidades 10, Unidade de Estruturação
Urbana (UEU) 030, Macrozona (MZ) 5, e 08, UEU 046, MZ 8, cria Subunidades nas
UEUs 030, MZ 5, 044, 046, 048, 058 e 060, MZ 8, no Anexo 1.2 da Lei
Complementar nº434, de 1º de dezembro de 1999 – Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA) –, e alterações posteriores, e altera
limites de Subunidades que lhes são adjacentes.
PROC.
Nº 3388/11 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 037/11, que institui no Município de Porto Alegre
o tratamento diferenciado e favorecido ao microempreendedor individual (MEI),
às microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP), de que trata a Lei
Complementar Federal nº 123, de 14 de dezembro de 2006, e o Dia Municipal da
Micro e Pequena Empresa e do Desenvolvimento, e dá outras providências.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Elói
Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidente, Verª
Sofia Cavedon, sou grato pela compreensão de V. Exª ao me conceder a palavra,
na medida em que trago à análise, em discussão preliminar de Pauta, um Projeto
de Lei de origem executiva extremamente importante, que traz regramentos ao
Largo Glênio Peres, talvez um dos espaços mais históricos da cidade de Porto Alegre
junto ao Mercado Público.
Largos e espaços de
praça devem receber sempre regramento para a sua utilização, porque representam
direitos subjetivos da população na sua apropriação recreativa. Do contrário,
eles perdem a sua finalidade, se é permitido que praças e largos sejam ocupados
de forma desregrada. Assim, nós estaremos comprometendo a função fundamental e
basilar do largo ou da praça. Portanto, as restrições não podem ser obviamente
absolutas, porque elas têm que respeitar o costume histórico, e, aqui no Largo,
se preservam as grandes manifestações políticas, se mantém a Feira do Peixe e
também uma feira que está consagrada, a Feira Estadual da Economia Solidária.
São dois eventos, evidentemente, compreensivos à capacidade da população em
aceitar, e também há aquelas questões ligadas às ações políticas. Também se
estabelece a possibilidade de shows,
desde que haja, por parte do Executivo, uma análise e um decreto, porque deve
ser preservada a finalidade do Largo, que é a utilização por parte da população,
que tem ali um espaço histórico, um espaço de recreação e de convivência
coletiva. Essa apropriação não se pode retirar do usufruto da população.
Fica aqui, portanto,
Presidente, a nossa manifestação, para dizer que se trata de um Projeto
extremamente austero, com uma visão político-sociológica e histórica que
preserva exatamente os espaços. Obrigado, Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Sofia Cavedon): O Ver. Aldacir
José Oliboni está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre
Presidenta Vereadora, Sofia Cavedon; colegas Vereadores e Vereadoras; público
que acompanha a nossa Sessão neste momento, eu não poderia deixar de usar a
Liderança do nosso Partido para me solidarizar com uma amiga, uma companheira,
uma cidadã eleita com milhares ou com a maioria dos votos de Gravataí, Prefeita
do Município da Região Metropolitana.
Ontem, num ato de
desagravo, com dezenas de militantes de diversos Partidos, foi possível dizer
da tentativa de golpismo feita por alguns Partidos, por alguns Vereadores da
cidade de Gravataí, aqui próximo a Porto Alegre. É lamentável que algumas
pessoas, ou melhor, que dez Vereadores achem que tenham poder maior do que a
própria população para tirar o cargo de uma cidadã eleita pelo povo, através de
uma plenária ou de uma ação de investigação na Câmara de Vereadores. É
lamentável que, depois de tantos e tantos anos de luta pela democracia, ainda
haja alguém que acha que é dono do poder ou que usa o Regimento Interno ou, enfim,
de algumas leis municipais que possam possibilitar a eles esse poder - esse
tamanho poder que imaginam ter, mas que só existe pelo voto popular, com o voto
democrático.
Portanto, queremos
nos solidarizar, enquanto Bancada do PT aqui de Porto Alegre, à companheira
Rita Sanco, que é, para nós, a Prefeita de Gravataí e que deverá, numa ação
movida pelo Partido, pelo Governo, retomar o cargo naquele Município.
É importante que a
população não só avalie os inúmeros avanços que teve aquela Cidade, que teve Governos
da Frente Popular naquele Município, desde que começou com Daniel Bordignon.
Com certeza, esses
movimentos estão preparando ou começando já a disputa da próxima eleição. Está
claro para nós que esses movimentos têm um cunho político e que, na verdade,
esse grupo que ora se une para poder tirar a Prefeita do poder, com certeza,
está se preparando para 2012.
Então, queremos nos
solidarizar a este movimento que, com certeza, traz uma certa solidariedade,
uma certa compreensão à nossa companheira, Prefeita de Gravataí, Rita Sanco.
Por outro lado, quero
também dizer da nossa solidariedade a uma colega que foi Vereadora aqui neste
nosso Parlamento, que é a nossa Deputada Federal do PCdoB, Manuela d’Ávila, uma
cidadã que tem um enorme trabalho social, um enorme trabalho político
desenvolvido nesta Casa, nesta Câmara, na nossa Cidade, e que se elegeu
Deputada Federal com muitos méritos. Agora, sem investigar, tentam acusá-la de
algo que, segundo ela - como está nos jornais -, não cometeu; ela não faz parte
dessa investigação, e até mesmo diz claramente que, em função da eleição
municipal em 2012, já tentam desgastá-la, envolvê-la em algo que não é da sua
atribuição, em algo que não tem nada a ver com a vida dela, com a ação dela,
com a luta dela.
Portanto, também nós
queremos, como Bancada, nos solidarizarmos à grande Deputada Federal Manuela
d’Ávila, do PCdoB, que tem feito trabalhos extraordinários, sim, em Porto
Alegre, é uma grande candidata, com potencial de ganhar a eleição, e, com
certeza, esses movimentos também acabam pautando as eleições de 2012. Temos
experiência de sobra para dizer que muitas das suas lutas como, por exemplo, a
meia-entrada, têm uma relação importante com Porto Alegre e com este Vereador,
que tem projetos também nessa direção para os finais de semana.
Com certeza, nós
sabemos da sua idoneidade, da sua luta, do seu caráter e da sua pretensão de
disputar a eleição em Porto Alegre, para promover muitos projetos que até então
não obtiveram uma atenção adequada. Na sua gestão, com certeza, ela irá
defender um outro perfil, um outro programa, e haverá uma diferenciação.
Portanto, é
importante que a democracia continue, que o respeito continue e que algo que
possa ser investigado deva ser, mas não se deve tentar acusar pessoas, porque,
até então, não se provou nada. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver.
Paulinho Rubem Berta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Srª
Presidente, Verª Sofia Cavedon; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
lamentavelmente, subo a esta tribuna, hoje, um pouco triste. Por quê? Eu sou
oriundo do Orçamento Participativo, uma ferramenta da cidade de Porto Alegre,
que foi entregue à população para que ela possa participar: a comunidade, os
cidadãos da periferia, que devem ter todo o respeito desta Casa - e o têm -; do
Poder Público e de todos nós.
Eu até posso
concordar com o fato de o Orçamento Participativo ter algumas falhas; eu até
posso concordar que o Orçamento Participativo precise se modernizar e avançar
no tempo - com tudo isso eu posso concordar. Agora, também quero repudiar
qualquer atitude de desqualificação do OP na cidade de Porto Alegre. Conheço os
conselheiros, conheço um número muito grande de delegados na cidade de Porto
Alegre, e quero dizer que cada conselheiro do Orçamento Participativo talvez
tenha, Ver. Aldacir José Oliboni, mais conhecimento do que muitos,
principalmente das dificuldades da periferia da Cidade, de onde eu sou. Um
líder comunitário - e os conselheiros do Orçamento Participativo são líderes
comunitários lá da Lomba do Pinheiro, da Restinga, da Vila Santa Rosa, do
Humaitá, de toda a Cidade - é aquele cidadão que se dispõe a dar o seu tempo e
o seu conhecimento, principalmente da realidade onde ele vive. Esse é o
conselheiro do Orçamento Participativo. Essa pessoa é que sabe quais ruas têm
mais necessidade, mais urgência, mais premência de ser asfaltada; onde deve
ser, muitas vezes, trocada a rede de água, ser construída uma rede de esgoto.
Quem sabe disso é o conselheiro do Orçamento Participativo junto com as
lideranças daquela região; é a pessoa que sabe quando estão faltando remédios
na Unidade de Saúde. O conselheiro, o presidente da associação, a diretora da
creche são as pessoas que sabem quem está desempregado naquela comunidade, e
saem a campo para lutar e tentar influir, de alguma forma, para que uma parte
do Orçamento da Cidade vá parar principalmente nas vilas mais carentes de Porto
Alegre.
Eu não tenho nada
contra quem tem a sua opinião, respeito-a, mas há quem diga que, no Orçamento
Participativo, talvez haja algumas pessoas que não sejam totalmente
qualificadas, mas a pergunta que faço é esta: deve-se passar a borracha em
todas as pessoas que hoje não estão totalmente qualificadas na cidade de Porto
Alegre? Não se deve dar oportunidade a essas pessoas para aprenderem com o
processo? Será que não se deve dar oportunidade do Orçamento Participativo
evoluir, crescer, se modernizar? Será que, em vez da crítica, nós não
deveríamos ser parceiros no Orçamento Participativo?
Quero dizer uma
coisa: se não fosse o Orçamento Participativo, se não fosse o trabalho deste
líder comunitário aqui, que, com muito orgulho, hoje faz parte desta Casa, tem
um mandato que foi conquistado com o povo desta Cidade, principalmente com a
população das vilas, porque sempre respeitou o Orçamento, respeitou as pessoas,
respeitou seu local de moradia; que ganhou uma eleição e continua morando no
mesmo lugar, que continua respeitando a sua comunidade e participando do Orçamento
Participativo, especialmente na sua Região...
Então, quero dizer
que sou solidário com os conselheiros do Orçamento Participativo, com os
delegados, com as associações de moradores, independentemente de Partido, raça
ou religião. E durante os quatro anos em que eu estiver nesta Casa, vou
defender, com unhas e dentes, os conselheiros do Orçamento Participativo, as
lideranças comunitárias, a periferia de Porto Alegre, e defender que, cada vez
mais, os 36 Vereadores sejam parceiros na busca da qualificação, da
modernização e das formas mais corretas de nós não passarmos a borracha em quem
mais precisa, mas, sim, ajudarmos essas pessoas no encaminhamento das suas
demandas.
E o Orçamento
Participativo, Vereadora-Presidente desta Casa, Sofia Cavedon, é a única
ferramenta que existe na periferia de Porto Alegre para se influir no Orçamento
desta Cidade.
Quando o Governo José
Fogaça manteve o Orçamento Participativo, ele arrumou um seguidor; quando o
Prefeito José Fortunati manteve o Orçamento Participativo, também, porque o
Orçamento Participativo é a colher de pedreiro que nós temos para fazer as
nossas casas, os nossos esgotos, para colocarmos água, enfim, para trazer um
pouco de conforto e qualidade de vida às periferias. Não é de graça que as
pessoas vão até às 10h, 11h da noite, debatendo nas reuniões do Orçamento
Participativo o Orçamento da Cidade.
Nós estamos com o
Orçamento na Casa; solicito aos conselheiros que façam emendas e as tragam a
esta Casa, entreguem aos seus Vereadores preferenciais, para que façamos
apresentá-las.
(Aparte
antirregimental do Ver. Aldacir José Oliboni.)
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Se o Governo
veta, a nossa obrigação é batalhar por elas, Ver. Oliboni, mas tenho certeza de
que se vetar, nós estaremos prontos para convencer o Governo da necessidade das
emendas quando elas tiverem lógica e tiverem uma finalidade coletiva na cidade
de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR CECCHIM: Srª Presidente, Srs.
Vereadores, Ver. Haroldo de Souza, que me escuta atentamente, vou ocupar esta
tribuna, hoje, bem triste, Ver. Sebastião Melo; nós, que somos da esquerda
todos esses anos e que acompanhamos a política estudantil - V. Exª, que foi
presidente do Diretório Acadêmico de Direito da Unisinos, e eu, que tive a
honra de ser secretário do Centro Acadêmico Maurício Cardoso, da PUC -, ficamos
admirados, porque o PCdoB praticamente mandava na UNE, nos diretórios
acadêmicos, nos centros acadêmicos, enfim, nas escolas secundárias. O PCdoB
parecia ser dono e proprietário da política estudantil!
Ao ler a revista
Veja, no final de semana, na sua forma digital, eu passei um fim de semana
triste, e continuo até hoje muito triste com o PCdoB.
Fico eu imaginando
como estão se sentindo milhões de estudantes pelo Brasil afora e milhões de
ex-estudantes pelo Brasil afora. Quantos delegados estudantis, quantos
presidentes de diretórios, que falaram em nome do PCdoB, que atacaram a
corrupção, que pintaram o rosto para pedir o fim da corrupção, todos esses
estudantes, todos os jovens de hoje e os jovens de ontem, que acreditaram
nisso! E agora vêm ONGs e mais ONGs fazendo trampolinagem, desviando dinheiro
público! Isso tem um nome, a semana toda tem nome, nós não podemos acusar A ou
B, mas que houve o desvio, houve, e está comprovado. E não adianta o Ministro
falar que o outro é bandido; tem que dizer por que deixou acontecer isso com o
bandido. Por que o policial é bandido, mas a sua denúncia não vale? Mas há
documentos comprovando que houve desvio de dinheiro, e que o Ministério
liberou. E não é pouco dinheiro!
E aquela Vereadora lá
de São Paulo, também do PCdoB, que pegou R$ 28 milhões para ajudar no esporte
das crianças. Não havia esporte e nem crianças, apenas o dinheiro que saiu para
a sua ONG!
Então, esse
Governador de Brasília, que está lá em Zurique, o Agnelo - parece até uma
maldição nessa turma de governadores de Brasília, antes era o Arruda, agora é o
Agnelo! Olha, eu estou muito preocupado com o que pode acontecer com todos
esses centros acadêmicos, com a UNE. Eu quero ver a UNE na rua de novo
denunciando isso. Acho que, nesses oito anos do Lula, a UNE foi abafada como
sindicatos, como outras coisas foram abafadas, com muito dinheiro, mas agora
foram descobertos. Mas, Ver. Pedro Ruas, não é só no movimento estudantil, não
é só no esporte, ou nós estamos esquecidos que, lá na ANP - Agência Nacional do
Petróleo -, saiu um monte de gente presa por desvio de dinheiro também? Quem é
que estava lá? O PCdoB.
Então, o PCdoB já foi
vice de muita gente aqui, já foi vice de alguns Partidos. Eu não quero
criticar, não quero reclamar, e não adianta virem ameaçar. Eu escutei ontem uma
Deputada do PCdoB dizendo: “Se for para ser assim, eu tenho muita coisa que
falar”. Eu quero dizer para essa Deputada que nós não temos medo e que, se ela
começar com esse papo, está na hora de ela dar nomes aos bois e de nós darmos
nomes aos bois também. Não tem nada que ficar com ameaçazinha, porque é
candidata, ou porque a Fulana é candidata, porque o Partido está na frente,
não; ou se é sério, ou não se é sério. Não tem esse negócio de que é candidata
ou não é candidata, ou o que eu tenho que falar - se é para jogar assim, eu vou
jogar assim. Vem cá, mas não há seriedade? Para falar sério não se escolhe o
momento, ou se é sério sempre, ou não se é sério. Então, ameaça, Sebastião
Melo, não nos intimida; que venham, digam e deem os nomes, mas antes que
expliquem onde é que está todo esse dinheiro que desviaram do povo brasileiro.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver.
Engenheiro Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela
oposição.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Srª Presidente,
Verª Sofia Cavedon; meus colegas Vereadores, minhas colegas Vereadoras;
senhoras e senhores; prezado Ver. Cecchim, tive a oportunidade de ouvir o seu
discurso inflamado aqui há poucos minutos. Na verdade, o Brasil está sofrendo
uma grande transformação. Na última semana, tivemos o prazer de presenciar a
vinda da nossa Presidenta Dilma, que afirmou, aqui em Porto Alegre, uma agenda
que nós, da oposição, já vínhamos dizendo e afirmando há muito tempo. A
Presidenta Dilma lançou aqui o Programa Brasil sem Miséria e o Programa da
Mobilidade Urbana, mas, sobre o Metrô, todos sabem que o ex-Prefeito Fogaça
vacilou em não construir unidade para o conquistar, compromisso que o Prefeito
Fortunati assumiu, e Porto Alegre ganha com isso. Portanto, quem está no Governo,
como é o caso do PT e de seus aliados, inclusive o PMDB, com o nosso
Vice-Presidente da República, está sempre com uma vitrine exposta para receber
pedras, Ver. DJ Cassiá.
Então é fácil acusar
um Ministro, acusar um dirigente que está no Governo, que assume um
compromisso. No caso específico desse grande debate do momento, a Presidenta
Dilma não tem vacilado. Sobre o caso do Secretário Orlando Silva, do PCdoB, que
é nosso aliado no Governo Federal e no Governo do Estado, nós sabemos que não
dá para condenar ninguém antes de seu julgamento, e no PT nós temos uma postura muito clara: enquanto qualquer um
dos dirigentes políticos, dos nossos gestores públicos não for condenado, que
fique claro que não podemos julgar e condenar previamente. Fazer disputa política,
nós sabemos que todos fazem, e esse tema específico do Ministro dos Esportes,
que vem conduzindo um projeto nacional do Governo - portanto, um Projeto do
nosso Governo -, e o tema reflete em Porto Alegre, sobre a Copa das
Confederações, por favor, não dá para misturarmos tudo e agora fazer uma
acusação de que é responsabilidade do Governo Dilma, do Ministro ou do Prefeito
Fortunati. Uma coisa está clara: há fragilidade de gestão.
Quando fizemos o
debate aqui nesta Casa, Ver. Pedro Ruas - o Ver. Sebastião Melo era o
Presidente, e o senhor ainda não estava aqui -, entramos noite adentro, para
poder vencer uma agenda da cidade de Porto Alegre para que tanto o
Internacional quanto o Grêmio pudessem fazer todas as suas concertações
político-administrativas para preparar os estádios para a Copa do Mundo. Agora,
o Internacional teve e tem as suas disputas internas, e isso traz prejuízo à
sua participação na Copa das Confederações. Então, esta não é uma
responsabilidade do Governo Federal! Temos que deixar claro aqui, em nome da
Bancada do PT e dos demais Partidos que compõem a sustentação do Governo Dilma,
que o PCdoB é um aliado fiel e estratégico.
O Ministro Orlando
Silva merece o nosso respeito. A Polícia Federal vai fazer a sua investigação;
agora, não dá para um desafeto, um policial reformado que possui uma casa de R$
4 milhões fazer acusações ao vento, sem comprovar nada neste momento. Então,
quero deixar aqui registrado, pedindo anuência ao meu companheiro Ver. Pedro
Ruas - temos algumas posturas diferentes, mas...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: ...Para
concluir, quem está no Governo facilmente recebe pedradas, principalmente de um
grande setor da grande mídia chamado PIG - todos sabem o que significa isso -,
que jogam nas suas grandes revistas acusações que não conseguem comprovar, e,
até se desconstituir isso, um governo paga, um país paga, e muitos dirigentes
que são corretos também pagam. Portanto, não julguem ninguém, não condenem
ninguém antes de ter as denúncias apuradas e as provas concretas. O Partido dos
Trabalhadores solidariza-se com o PCdoB e com o Ministro. A Presidenta Dilma
sabe conduzir muito bem esse processo, tanto que a Presidenta Dilma assumiu
para si essa gestão perante a FIFA, porque a FIFA não pode ser soberana na
legislação nacional. Um grande abraço.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Pedro
Ruas está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO RUAS: Srª Presidente, Verª
Sofia Cavedon; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; público que nos
assiste, o que me traz à tribuna, na verdade, é um tema da maior relevância e
que terá amanhã, nesta Casa, um dos seus pontos elevados. Nós estamos tratando,
Ver. Idenir Cecchim, do Comitê Gaúcho Carlos de Ré da Verdade e da Justiça, e
esse Comitê tem a sua segunda reunião amanhã, às 16h30min, na sala 301, aqui na
Câmara de Vereadores. Estarão presentes estudantes, militantes políticos,
ex-presos políticos que foram torturados, que foram exilados, que sofreram nas
mãos da ditadura; muitos deles estarão aqui.
O que busca esse
Comitê? A verdade e a justiça. Diferentemente da Comissão Nacional da Verdade,
que, nas negociações para a sua aprovação na Câmara dos Deputados, precisou
deixar de ser “da justiça” para ficar apenas “da verdade”, nós queremos avançar
pela verdade e chegar à justiça. Temos críticas à Comissão Nacional na forma
como foi aprovada? Sim, mas entendemos que é muito melhor do que não haver
comissão. O pouco é melhor do que o nada, porque só no pouco se constrói algo,
e no nada não temos o que fazer.
A Comissão Nacional
da Verdade já produziu, no mínimo, um efeito benéfico: a possibilidade de
criação dos comitês estaduais da verdade e da justiça. E nós criamos o nosso
aqui. Teremos, amanhã, companheiras e companheiras que sofreram nas mãos da
ditadura; teremos familiares dos que já não estão entre nós; teremos também
estudantes que se dedicam a pesquisar esse tema, fazendo Mestrado em História,
Doutorado em História; sindicalistas; centros acadêmicos.
Nós queremos cumprir
o nosso papel geracional. Na nossa geração, agora, está a obrigação de
descobrirmos, revelarmos a verdade e buscarmos a justiça! O Brasil, Vereadoras
e Vereadores, no ano passado, foi condenado pela Corte Interamericana de
Direitos Humanos, por não fazer a Justiça de Transição. Essa omissão tem que
ser sanada! O Brasil foi condenado, inclusive, a publicar a decisão, a
sentença, Ver. Sebastião Melo, e publicou no jornal de maior circulação do
País, que é O Globo. Então a comunidade internacional está atenta, sim, aos
movimentos do País e exige que seja feita a Justiça de Transição. A Comissão
Nacional da Verdade tem esse papel. Os nossos comitês estaduais, do meu ponto
de vista, sem a estrutura, sem os cargos, sem a operacionalidade que possui a
Comissão Nacional, também não tem, Ver. DJ Cassiá, os seus limites.
Portanto, nós, como
entidade informal e autônoma da sociedade civil, podemos fazer o que a própria Comissão
Nacional não pode: descobrir fatos, locais, datas, nomes e pedir processo. A
nossa tarefa é histórica. No que depender de nós, será cumprida. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Minha cara
Presidente, colegas Vereadoras, Vereadores, há um velho ditado, Ver. Cecchim,
que diz que não se joga pedra em cachorro morto. O Ver. Comassetto tem uma
adoração por tentar desconstituir um dos homens públicos mais extraordinários
do Estado do Rio Grande do Sul, que se chama José Fogaça.
(Aparte
antirregimental do Ver. Engenheiro Comassetto.)
O SR. SEBASTIÃO MELO: Eu quero lembrar -
porque eu não tenho memória curta; eu venho de longe, como dizia o Brizola -
que eu estou Vereador, mas eu milito nesta Cidade muito antes de ser Vereador.
O Fernando Henrique era Presidente da República e determinou ao seu Ministro
Eliseu Padilha que liberasse os recursos para os estudos de viabilidade do
metrô. V. Exª se lembra disso, ou V. Exª tem memória curta? O Governo do Pont
disse: “Não, não. Só um minutinho. Nós não queremos a ajuda do Governo Federal
porque nós somos do PT”. Então, se dependesse do PT, talvez o metrô nunca chegasse.
E não se faça
injustiça com o Fogaça! As condições políticas foram sendo criadas, Ver.
Marcantônio. E que bom que, neste momento, o Prefeito Fortunati dá continuidade
a um projeto que não é dele sozinho, que é de um conjunto de Partidos. A Presidenta
Dilma, sensibilizada: “Bom, vamos fazer.” Era R$ 1,5 milhão, baixou para R$ 1
milhão! Temos que aplaudir. O Ver. Zacher quer presidir uma comissão aqui; Adão
Villaverde, outra na Assembleia. Os prefeitos que passaram... Então, é evidente
que esse modal é uma obra que - cá para nós - não vai sair no ano que vem, não
vai sair daqui a dois anos; mas está bem, daqui a cinco anos ou seis anos - é o
prazo dessa obra. E penso que é um avanço, Ver. Pedro Ruas. E eu espero que os
gestores públicos utilizem os espaços que vão ser usados pelo metrô para dar
mais vida à Cidade, porque, quando, numa cidade, os carros passam a ser mais
importantes do que as pessoas, algo está errado!
Então, Ver.
Comassetto, eu só venho a esta tribuna para repor: o Fogaça foi um bom e grande
Prefeito desta Cidade. As obras que estão em andamento, todas elas começaram no
Governo Fogaça. Ou por acaso o tratamento de esgoto começou agora? Ou por acaso
a Vila Dique-Nazaré começou agora? Ou por acaso a Chocolatão começou agora? Ou
por acaso as cinco mil vagas de creches começaram agora? Ou por acaso a
licitação que se transformou nos contêineres começou ontem? Não. Isso é
continuidade de um projeto. Se V. Exª quer vir para este projeto, seja
bem-vindo! Mas reconheça o projeto em andamento; tenha a grandeza! Eu acho que
o Governo de V. Exª, que foi de 16 anos, teve o seu papel. É verdade. Verª
Sofia, V. Exª sabe que, em 2000, começou o Programa Socioambiental Ponta da
Cadeia, mas a Prefeitura foi parar no SPC em 2003, e V. Exª sabe disso! Na Rua
Pinto Bandeira, tem a sede do SPC. Quando o Fogaça pegou a Prefeitura, a
Prefeitura estava em ruína. V. Exª sabe disso, até a memória dos computadores
não tinha mais, os credores tinham que bater na Rua Siqueira Campos para dizer:
“Eu tenho crédito com a Prefeitura!” A dívida era de R$ 173 milhões!
Então, Ver.
Comassetto, de forma muito respeitosa, quero dizer que aceito esse debate onde
V. Exª quiser. Eu quero comparar os 16 anos da Frente Popular com os 8 anos do
Fortunati e do José Fogaça. Eu quero que V. Exª escolha a Comissão da Casa, que
V. Exª escolha a rádio onde queira debater, porque me parece que, toda a vez
que V. Exª vem à tribuna, tenta desconstituir alguém que foi Prefeito com
dignidade, com honradez, com equilíbrio.
Portanto, aqui fica...
(Aparte
antirregimental do Ver. Haroldo de Souza.)
O SR. SEBASTIÃO MELO: Mas ele escutou, sim;
ele fez de conta. Ele virá à tribuna, já está se preparando. É uma pena que não
tenha uma tréplica! Vou me inscrever em Pauta, dependendo do tom da discussão,
porque o Comassetto, às vezes, dá uns rasantes, mas eu gosto muito dele, ele é
um homem eclético, excelente, excepcional, transita bem em todas as áreas,
discursa para os pequenos; às vezes, governa para os grandes - muitas vezes.
Muito obrigado, Srª Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. DJ Cassiá
reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra em Tempo de Presidente.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. DJ, eu tenho
certeza de que falarei em seu nome também e em nome da Mesa Diretora. Considero
apropriada a minha fala, porque, num primeiro momento da tarde, foi feita uma
crítica à nossa Mesa sobre uma questão que me espanto de ouvir na tribuna e não
ter recebido na nossa sala ou diretamente conosco, porque estamos abertos a
todas as questões que os Vereadores colocam, inclusive andamos com a CIPA pela
Casa, a nossa CIPA, o conjunto dos funcionários, verificando problemas. A base
da rampa está interditada, por alerta da CIPA, porque vamos fazer um conserto
na rampa, vamos fazer acessibilidade nos fundos, estamos com uma CIPA atuante.
Imaginem vocês se não daríamos acolhida e encaminhamento às questões que os
Vereadores observam! De toda maneira, me somo à sua fala, agradecendo ao Ver.
Brasinha pelo encaminhamento.
Quero trazer três
importantes informações. Estamos a uma semana do edital aberto para uma grande
obra, Ver. Haroldo - a quem agradeço o fato de ter defendido esta Presidente,
ter ponderado com o Ver. Brasinha -, uma obra que vai qualificar o trabalho dos
funcionários e dos Vereadores. Foi uma construção coletiva, é de um valor
bastante significativo, será uma reforma no Salão Adel Carvalho, onde teremos
uma sala multiuso, igual à da Assembleia Legislativa, com equipamentos de
projeção, com possibilidade de reunir todos os Vereadores sentados, porque,
hoje, o Salão Nobre não permite que todos sentem; sentam 10, e os demais ficam
em pé. Ao receber o Prefeito, para entrega do Orçamento, não conseguimos
acomodar uma comitiva. Será uma sala maravilhosa para o trabalho dos Vereadores
e para acolhimento da sociedade. Junto à sala, teremos um pequeno memorial, com
os móveis antigos da Câmara, divididos com vidros. No andar de cima, acima do
Salão Adel, haverá um pequeno auditório onde a Escola do Legislativo e os
Vereadores poderão fazer cursos, reuniões; será, talvez, do tamanho do nosso
Glênio Peres, mas o Glênio Peres é teatro, e ali será um auditório de trabalho,
um outro espaço para a Câmara atender a população. Então, essa obra também reforma
toda a Informática, toda a Diretoria Legislativa; ou seja, toda a ala de cima
da Casa. E a sala da nossa Escola do Legislativo ganhará maior conforto e
adequação. Estamos em edital, esperamos que, no início de dezembro, possamos
dar início às obras, Ver. Engenheiro Comassetto.
E eu quero
parabenizar a equipe do nosso setor de obras, que está trabalhando muito este
ano, com a colaboração da equipe de edital. A gente fica muito feliz quando os
próprios funcionários se envolvem. Nós discutimos na Mesa Diretora, adequamos,
e, junto a essa obra, haverá a realização de um bicicletário na entrada da
Câmara e um acesso adequado para pedestres. Hoje os pedestres passam pela mesma
cancela dos carros e andam junto com os carros. O bicicletário foi, inclusive,
discutido com o Movimento das Bicicletas, porque, na nossa Audiência Pública,
cobraram que nós temos ali meia dúzia de ferros. Então, são obras que atendem a
população e trarão conforto aos Vereadores e aos nossos funcionários.
Outro grande anúncio
da gestão, Ver. DJ Cassiá, é o concurso público. Depois de oito meses, tendo
entregue todo o material para a Secretaria de Administração do Governo
Municipal, a Secretária Sônia nos informou, há três semanas, que não faria o
concurso da Câmara. Foi um baque para nós, para os funcionários, porque não é
uma questão da minha presidência ou da tua vice-presidência; a questão é que,
se nós não fizermos este ano, não poderemos fazer em 2012 - portanto, a
presidência do PDT não poderá repor funcionários -; só faremos em 2013, podendo
nomear funcionários talvez no ano seguinte. O que aconteceu foi que nós
voltamos para Casa, estamos com uma equipe que inclui Recursos Humanos,
Diretoria Legislativa e a nossa Procuradoria trabalhando todo o dia. Estamos
muito felizes, porque, na semana que vem, será contratada a empresa que fará o
concurso. Então, a Câmara vai fazer pelo seu próprio talento. E, claro, nós
temos a assessoria dos técnicos da Prefeitura, da SMA, temos que reconhecer,
mas nós mesmos vamos fazer o processo de concurso, Ver. Idenir Cecchim. A
perspectiva é que, no início de novembro, saia o edital, e, até o final de
dezembro, nós tenhamos homologadas as inscrições. E as provas talvez no final
de fevereiro ou em março. Eu quero dizer que isso é mérito dos funcionários desta
Casa e dos nossos diretores. É uma alegria ver que, quando são desafiados,
respondem. E o concurso é para Assistente Administrativo, Assessor
Administrativo: são 14 vagas para Assistente, 5 vagas para Assessor, 1 para
Fotógrafo, 2 para Técnico em Informática e 2 para Taquígrafo - já avisando as
nossas taquígrafas, que estão sobrecarregadas com tantas tarefas, que nós vamos
preencher os dois cargos de Taquígrafo.
O terceiro anúncio,
que é importante para os funcionários da nossa Casa: o jornalista-fotógrafo.
Mas não temos o cargo de jornalista e não podemos criar cargos este ano por
decisão, atenção, dos funcionários que compõem a Comissão de Plano de Carreira,
sobre o qual falarei logo em seguida. Eu sei que os jornalistas-fotógrafos
estão sobrecarregados - eu estou me referindo aos nossos jornalistas que estão
na Sala de Imprensa aqui do Plenário, do outro lado do vidro -, mas eu quero
lembrar ao conjunto dos funcionários da Casa de que há um grupo que está
cuidando do plano de carreira e um sindicato que não concordaram em criar
cargos novos sem construir a carreira dos cargos. Qual foi o pacto que fizemos?
Que contrataríamos uma consultoria, Ver. Haroldo. Temos um grupo que está
elaborando o plano de carreira, está trabalhando nisso, eles criaram o edital e
colocaram tudo o que eles queriam de uma consultoria. Eles apresentaram isso à
Mesa Diretora, na segunda-feira passada, Ver. DJ, nós aprovamos, e o edital
está sendo preparado. Então, só não estamos criando outros cargos, e esse é o
outro anúncio, porque, em três meses, vamos contratar uma consultoria, que terá
três meses para construir uma proposta de plano de carreira para o conjunto de
funcionários da Câmara de Vereadores - inclusive o edital é muito rígido. Nós
elogiamos o grupo que está elaborando o plano de carreira, que exige que a
empresa contratada já tenha feito plano de carreira ligado à nossa área, bem
como uma série de exigências que acho que vão trazer uma boa contribuição.
Só não estamos
fazendo outros concursos em outras áreas - e sabemos que os nossos funcionários
estão atribulados e que, às vezes, contam só com estagiários - por essa opção
de estabelecermos a carreira e depois, sim, ampliarmos e criarmos novos cargos.
Por exemplo, em relação aos cargos de nível superior, além dos cargos citados,
do Fotógrafo-Jornalista, do Técnico em Informática, do Taquígrafo, só temos o
cargo de Assessor Legislativo, que é um cargo que já está obsoleto; não que os
nossos assessores não sejam maravilhosos, mas é difícil para a Câmara ter um
cargo tão aberto, que possibilita que alguém com qualquer formação possa
disputá-lo, porque temos necessidades mais específicas a serem preenchidas.
Então, acho que a construção dessas três grandes intervenções é a continuidade
de um processo, nós reinstalamos uma comissão de obras - eu falo aqui ao PDT -,
porque a ideia não é invenção do Vereador ou da Vereadora que está Presidente
no ano, mas o conjunto dos trabalhadores e os Vereadores vão acumulando qual a
prioridade de intervenção na nossa Casa para ir melhorando o aspecto físico.
Então, o nosso coordenador das obras, o Paulinho, Ver. Engenheiro Comassetto, e
a equipe estão muito mais tranquilos, com muito mais segurança, estão
projetando agora toda a eficientização da luz e a colocação de ar-condicionado
central, porque os nossos são muito velhos, gastam muito e não funcionam
direito. Essa, sim, é uma obra para o ano que vem, muito cara, mas muito
importante. Também estamos tentando fazer toda a remodelação da sonorização da
Casa, algo que não está bem, é complexo e depende de a gente dispor de uma
empresa qualificada, que está bem difícil de encontrar.
Bem, eu não quero me
estender muito mais, mas, com esta fala, quero dizer, Ver. DJ, que me orgulho
muito dos Diretores que estão trabalhando este ano, é uma grande equipe, está
conseguindo a parceria dos funcionários, uma maravilhosa parceria, e eles estão
melhorando a nossa vida, e nós, assim, atenderemos melhor a população em função
dessa parceira. Muito obrigada pela paciência de vocês.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Eu devolvo os
trabalhos para a nossa Presidente.
(A Verª Sofia Cavedon reassume a presidência dos trabalhos.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Mario Fraga está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. MARIO
FRAGA: Presidente, Verª Sofia
Cavedon; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; público que nos assiste pela TVCâmara;
público presente nas galerias, o tempo de Liderança, no nosso Partido, se dá na
forma de rodízio, implementado pelo nosso Líder, o Ver. Mauro Zacher, e hoje me
coube fazer a Comunicação de Líder.
Num primeiro momento, faço um convite a todos os senhores e senhoras,
àqueles que nos ouvem: na próxima terça-feira, dia 25 de outubro, estaremos
aqui, nesta Casa, entregando o Título de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao
empreendedor Kako Pacheco, que é o idealizar da Festa do Ridículo -, e já aproveito a oportunidade para informar que a 32ª Festa será
realizada nos próximos dias. Já foram feitas 31 Festas do Ridículo, pelas quais
passaram diversas personalidades; é uma festa que reúne, em Belém Novo, mais de
10 mil pessoas, que movimenta a cidade de Porto Alegre, o Estado, e que traz,
inclusive, gente de fora do nosso Estado. Então, quero fazer um convite a todos
que nos assistem, a todos que nos veem, a todos desta Casa, da Câmara de
Vereadores, para a cerimônia de entrega do Título de Cidadão Emérito ao Kako
Pacheco, no próximo dia 25, às 19 horas, aqui no Plenário Otávio Rocha.
Também quero
discorrer um pouquinho sobre o que a Presidente falou, já que tenho um pouco de
noção do que se passa nesta Casa, pois já convivo aqui há bastante tempo,
estive durante três anos na Direção, na Direção-Geral, dois anos na Direção de
Atividades Complementares, já acompanhei alguns Presidentes, e, infelizmente, é
muito difícil avançar em alguma coisa. Ver. Sebastião Melo, que foi meu
Presidente, Verª Sofia, agora eu sei como é difícil, Presidente, avançar em
alguma coisa. Nós sabemos que precisamos daqueles funcionários, sabemos que
precisamos contratar e não conseguimos contratar, não conseguimos fazer o
concurso.
A
Vereadora-Presidente não falou aqui, mas como eu também tenho contato com a
DAC, onde estive por dois anos, eu posso dizer que o cargo de motorista vai
terminar nesta Casa, Ver. Sebastião Melo, que foi nosso Presidente. O cargo de
motorista vai terminar nesta Casa! Daqui a dois ou três anos, não teremos mais
nenhum motorista nesta Casa, pois todos estão se aposentando. Quando eu vim
para esta Casa, pela primeira vez, havia praticamente um motorista para cada
Vereador - a proporção era de 31 motoristas para 33 Vereadores -, mas, de lá
para cá, nunca foi feito um concurso para motorista, e olhem quantos motoristas
já saíram. Esse é apenas um exemplo. Eu sei que a Vereadora e os demais
Presidentes que passaram fizeram um esforço muito grande. A Presidência, se
Deus quiser, no ano que vem, vai ser do PDT, o qual, com certeza, será um da
nossa Bancada, então quero ver se eu consigo ajudá-lo. Mas, como vai ser um ano
eleitoral, vai ser complicado; no entanto, podemos deixar alguma coisa pronta.
Mas fica aqui o meu apelo pelos funcionários da Casa, que têm demonstrado um
grande trabalho, que têm feito um enorme esforço para manter esta Casa ativa
por quase 24 horas, todos os dias da semana, inclusive nos fins de semana.
Por último, quero dar
os parabéns, mais uma vez, ao Prefeito Fortunati, que esteve no Extremo-Sul, no
último fim de semana. Quero fazer uma saudação especial ao Ver. Engenheiro
Comassetto e ao Ver. Dr. Thiago, que, para a nossa felicidade, naquele dia,
fizeram um apelo muito forte, cada um, individualmente, sobre a Av. do Lami.
Quero dizer que aquele ônibus passou, inclusive eu achei que em alta
velocidade, naquele momento, lá na Av. do Lami. O Prefeito e mais 40 pessoas
estavam dentro do ônibus e passou por aquela estrada intransitável, Ver.
Comassetto e Ver. Dr. Thiago, que estavam junto conosco naquele ônibus. E agora
o Secretário Cássio, para nossa felicidade, anuncia, Ver. DJ Cassiá, que a obra
de revitalização do asfalto da Av. do Lami vai começar, agora, no próximo mês
de novembro. Então uma saudação, um agradecimento ao Prefeito, um agradecimento
aos nobres Vereadores que nos ajudaram nessa luta, em especial o Ver. Dr.
Thiago Duarte, Ver. Engenheiro Comassetto e este Vereador, que fizeram um apelo
muito forte naquele dia para o Prefeito Fortunati. E o Cássio, que estava junto
conosco, também se mostrou sensível, e, para nossa felicidade, vai ser
revitalizado o asfalto da Av. do Lami.
Então mando um
abraço, principalmente para aquelas pessoas lá de Belém Novo, porque há
tele-entrega da farmácia do Breier e do Planet Dog’s, do Felipe, nosso amigo,
que me fazia um apelo quase diário sobre aquele asfalto lá na Av. do Lami.
Então um abraço ao Fortunati...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidente, Verª
Sofia Cavedon; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; Verª Sofia Cavedon,
eu estava ouvindo o pronunciamento de V. Exª em Tempo de Presidente e fiquei um
pouco preocupado com algumas informações que V. Exª passava para o Plenário, e
eu gostaria, pelo menos, de manifestar a minha opinião a respeito do assunto.
V. Exª falava de um concurso público que pretende fazer até o final deste ano,
e eu acredito que, se nós apressarmos o concurso público para fazermos até o
final deste ano, acho que nós poderíamos estar incorrendo em problemas que nós
poderíamos evitar, até porque eu acredito que nós temos um mandato - nós,
Vereadores - que vai até o final do ano que vem, e os presidentes da Casa devem
ter uma sequência administrativa, e as administrações não devem ser estanques,
por exemplo: “Olha, eu vou querer realizar obras e fazer tudo até o final do
meu mandato de presidência”, como se o presidente que for assumir no próximo
ano não tivesse que dar sequência àquilo que V. Exª vem fazendo.
Não sei quem será o
Presidente no ano que vem - vejo que ainda não existe uma solução com relação à
próxima presidência -, mas acredito que qualquer atitude que seja tomada pode
ser um erro; seria como se, de repente, nós tivéssemos que terminar tudo aquilo
que está no planejamento deste ano, como se praticamente terminasse o nosso
mandato aqui na Câmara Municipal.
Também ouvi V. Exª,
que não presta atenção a este Vereador e que prefere conversar, falando sobre
obras e gastos que serão realizados. Sinceramente eu não sei qual é a
necessidade de nós, hoje, fazermos investimentos maiores do que aqueles que estamos
fazendo. Acredito que temos hoje as acomodações necessárias para que possamos
exercer as nossas funções como Vereadores, e, mesmo no mandato de V. Exª, eu
acredito que as alterações que foram feitas, lá no que chamamos de Plenarinho,
foram benéficas e oferecem espaços maiores para que esta Câmara possa
utilizá-los. Assim sendo, quando ouço que, rapidamente, vamos fazer obras em
uma outra ala aqui da nossa Câmara Municipal, eu realmente fico apreensivo,
porque vejo que já estamos no mês de outubro, passando da metade do mês,
praticamente entrando nos dois últimos meses do ano. Então não vejo por que
fazermos investimentos com rapidez, para levar esse gasto até o final do
mandato de Vossa Excelência.
Tenho todo o respeito
por V. Exª, mas tenho que respeitar também
aquilo que penso acerca da nossa Casa e do papel que desempenhamos dentro
da sociedade. Por isso, quando ouvi V. Exª falando nas ações que haveria até o final do seu mandato como Presidente, fiz questão de vir a esta
tribuna para manifestar, Verª Presidente Sofia, o meu pensamento com relação ao
- no meu modo de entender - açodamento das ações, visando fazê-las rapidamente,
antes de terminar o seu mandato de Presidência.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Ver. Luiz
Braz, talvez V. Exª não tenha entendido uma parte do meu pronunciamento, que
quero deixar muito claro para não haver confusão.
No início do ano, nós desencadeamos o processo do concurso. Como a Câmara, nas
últimas vezes, fez concurso com a Prefeitura, nós encaminhamos à Prefeitura
para que ela assim o fizesse. A Casa, inclusive, na reunião de Mesa e
Lideranças, definiu quais cargos, em discussão com funcionários, fizemos um
plano de necessidades de cada cargo e o entregamos na SMA. A SMA nos respondeu
que não faria, que o DMAE é que vai fazer o concurso para a Prefeitura, agora,
no início de outubro. Nós voltamos a conversar com os nossos setores, eles
organizaram uma comissão, estão trabalhando para fazer o concurso. Não para
fazê-lo este ano, mas providenciando para que tudo o que for possível seja
encaminhado ainda este ano. Então, possivelmente, o edital saia este ano,
abrindo os prazos para inscrições, e a perspectiva é de que possamos homologar
as inscrições até o final do ano. A prova será no ano que vem. Haverá um tempo
para se fazer a prova. Ocorre que, se não encaminharmos este ano, não poderemos
fazer no período eleitoral; então, a próxima gestão não poderá fazer. É a Casa
que está tomando as providências, e o processo terá continuidade com o próximo
Presidente, que fará o concurso e fará as nomeações.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidente, a
minha preocupação é que mudou o entendimento do próprio Supremo Tribunal
Federal a respeito dos concursos públicos. Antigamente nós fazíamos um concurso
público para determinado número de pessoas e depois chamávamos aqueles de que
nós necessitávamos. Hoje, o entendimento, a interpretação que é dada pelo
Supremo Tribunal Federal - e as administrações são obrigadas a fazer isso - é
no sentido de que, quando realizamos um concurso público, todos aqueles que nós
dissermos que vamos chamar temos que chamar. Então, é um compromisso que vamos assumir.
Por isso, quando V. Exª diz que, rapidamente, vai fazer, até o final do ano, o
concurso público - e foi exatamente o discurso que eu entendi de Vossa
Excelência -, fiquei preocupado, porque o compromisso assumido pela Câmara tem
que ser honrado. E eu não sei, exatamente, qual o orçamento que teremos para
poder honrar todos os compromissos que estamos assumindo a partir da abertura
do edital.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Ver. Braz, eu
entendi a segunda preocupação de Vossa Excelência.
Nós fizemos todas
essas projeções com todos os Partidos que compõem a Mesa, inclusive discutindo
com o Líder do PDT, pois a presidência será do PDT no ano que vem. Então, há
essa projeção. Para os cargos que estamos anunciando, haverá as nomeações; de
fato há esse entendimento, e nós tivemos essa preocupação porque teremos uma
leva de aposentadorias, por exemplo, para Assistente, previstas, que é maior do
que os próprios cargos já vagos. A Casa terá muitos problemas se não nomearmos.
E está tudo dentro do limite da Lei da Responsabilidade Fiscal, estamos com
66%. Está bem projetado, Ver. Luiz Braz. Agradeço a sua preocupação, mas não é
a Presidente sozinha que está fazendo; é a Mesa pluripartidária, com
acompanhamento inclusive do PDT.
Os dados estão todos
disponíveis para Vossa Excelência. E também não há aceleração, Ver. Luiz Braz,
porque estamos trabalhando durante todo o ano nisso. Agora estamos no
encaminhamento final, que, na verdade, não será final, porque as provas e
nomeações serão realizadas sob a nova Gestão.
O Ver. Engenheiro
Comasseto está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Srª
Presidente; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, venho aqui trazer
novamente aos colegas Vereadores o Projeto que construímos, o PLCL nº 013/11,
de nossa autoria, que propõe adequação do Plano Diretor para a região da Juca
Batista, da região da Hípica até o Aeroclube, da Av. Ponta Grossa bem como da
Av. Chapéu do Sol.
Antes de continuar a
falar sobre o Projeto, quero aproveitar a oportunidade, primeiro, para dizer ao
meu querido colega Sebastião Melo que eu aceito o desafio que ele propôs de
fazermos um debate público sobre a qualidade das gestões: a Gestão da
Administração Fogaça e a da Gestão da Administração Popular. Ver. Sebastião,
está aceito o desafio.
A segunda questão é
que eu queria reafirmar aqui que tenho o maior respeito pela pessoa do José
Alberto Fogaça, e eu não o chamei de cachorro morto - esta foi uma expressão
que o senhor usou aqui, e, portanto, não é uma expressão minha. Eu tenho
discordância com a sua Gestão, com o seu formato de Gestão, e quero dizer que
há muita diferença entre a Gestão do Fortunati e a do Fogaça; para começar, o
Fogaça não recebia os Vereadores da oposição, e o Fortunati recebe todos,
inclusive acolhendo sugestões e projetos que temos apresentado.
Quanto ao tema do
metrô, queiram ou não, quem chamou todos os defensores dessa agenda e construiu
uma Mesa foi o Fortunati, porque o Fogaça se negou a receber isso.
Portanto, acho que o
debate político sempre é salutar, principalmente quando tratamos de gestão, e,
nesse sentido, me coloco à sua disposição, aceitando o seu convite para
fazermos esse debate sobre a comparação das gestões.
Quero continuar aqui
com esse ponto que está na Pauta de hoje. Nós apresentamos este Projeto de
readequação do Plano Diretor, lá na região do Extremo-Sul, da Juca Batista,
passando a Hípica até o Aeroclube; depois, da Av. Ponta Grossa bem como da Av.
Chapéu do Sol.
O que acontece na
periferia da Cidade? E esse não é um problema só daquela região; é um problema
de toda a periferia de Porto Alegre, de todos os Bairros que estão crescendo
muito. O Regime Urbanístico não permite que determinadas atividades comerciais
lá se instalem; por exemplo, supermercado com 800 metros quadrados - e não é
muito grande isso. Para se ter uma noção, 800 metros quadrados é um prédio de
20m x 40m. Bom, um supermercado, Ver. DJ, precisa de uma área maior do que
essa, e lá nós temos muitos que já têm mais de 1.000 metros quadrados, e eles
funcionam hoje, irregularmente. Por quê? Porque o Plano Diretor não permite que
essa atividade seja instalada lá e não permite que os prédios tenham essa dimensão;
portanto, nós precisamos readequar o Plano Diretor, propor essas mudanças. Nós
estamos fazendo isso aqui para essa região, e eu solicito a todos os colegas
que analisem, juntamente conosco, para que possamos, ainda neste ano, dar
condições para que essa comunidade se adeque.
Trago um outro tema
da Região Extremo-Sul, que é o da segurança. Comandante, o senhor que faz a
nossa segurança aqui, os sítios, na Região, têm sofrido muitos assaltos. E eu
quero cumprimentar, neste momento, o Delegado César Carrion, que fez um
trabalho magnífico há poucos dias lá, quando prendeu um conjunto de
delinquentes que estavam assaltando, prendendo as pessoas, derrubando casas,
invadindo sítios, e ele conseguiu prender muitos. Cumprimento também o
Comandante Reis, lá do 21º BPM, do bairro Restinga, que fez uma ação com a
comunidade.
Convido todos a
estarem reunidos, no sábado pela manhã, com todo o pessoal do bairro Boa Vista
e com a Brigada Militar, para montar uma estratégia de comunidade segura,
dentro do novo projeto do Governador Tarso Genro, porque o serviço de segurança
tem que estar junto com a comunidade, para que possamos combater a
criminalidade e a delinquência. Nesse sentido, cumprimento estes dois
comandantes: o Delegado César Carrion e o Comandante Reis, pelo trabalho que
vêm executando na região, tendo conseguido prender um conjunto de delinquentes.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste.
Não há mais
inscrições para falar em Liderança.
Agradeço aos
Vereadores e Vereadoras os excelentes debates da tarde.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 17h9min.)
* * * * *